quinta-feira, dezembro 29, 2005

lições domésticas

Nunca, mas nunca, mesmo que haja um raio de sol num dia de chuva, estender roupa lá fora. A chuva não tardará a surgir e a molhar o pouco que já estava seco...

Ass: Um dono de casa (temporário) desesperado e muito chateado!

hold you down



An empty heart looking outside
Goodnight baby, wishes on sand not coming anymore
I pull up a chair in empty surroundings
I miss the way you talk about sunny days that will never be warm
May you rise from the ashes
As lovers we’re drowning in a river so deep
Floods upon me
How could I see and forget
If I can’t hold you down
I am the whole night long
I learned to dim the light, not screen it
And maybe I learned not to live too fast
But each line drove me places where I never aimed to end up
As I miss your charms and you’re not there and I see the stairs
As lovers we’re drowning in a river so deep
Floods upon me
How could I see and forget
If I can’t hold you down


Blind Zero (Can't Hold You Down)

quarta-feira, dezembro 28, 2005

o meu Natal

Passou-se mais um Natal e devo dizer que há muito não me sentia tão bem em família (ou com parte dela) na recém-inaugurada casa da minha irmã. Há anos que não tinha um Natal com tanta gente à volta, com música, risos, alegria e os habituais doces e iguarias com os quais a minha irmã encheu a mesa. Pior mesmo foi a viagem de regresso a Lisboa via A8. Senti-me no meio de mais um filme catástrofe (a minha vida ultimamente tem sido mais ou menos isto). Além do trânsito intenso havia de tudo um pouco para dificultar a condução. A saber: noite, chuva, vento, nevoeiro, maus condutores e as escovas limpa para-brisas do carro do meu tio num estado lindo... E logo me calhou a mim ir a conduzir. Coisas de quem não bebe uma gota de álcool...

Quanto às tão esperadas prendas a coisa também não correu bem. Aliás, até correu, mas não foi pelas prendas que senti mais o Natal. É que as pessoas que me rodeiam insistiram em presentear-me, além de um perfume, com cheques FNAC (o que não é mau) e dinheiro (o que também não é nada mau). Por isso mesmo sinto que o meu Natal está agora a começar porque só agora é que vou realmente comprar as minhas prendas.

Depois do Natal aproxima-se a passagem de ano. Tenho alguns convites, mas não sei entre os quais hei-de optar. É que não ligo nada, mas mesmo nada, à data...

sábado, dezembro 24, 2005

porque é Natal

Mais importante que passar o Natal junto das pessoas que nos são queridas, é conseguir alargar o espírito da época aos restantes 364 dias do ano nos quais parecemos estupidamente ocupados com as nossas coisas, sem sequer ter tempo para enviar uma mensagem, fazer um telefonema ou ir beber um café com alguém que nos diz tanto. Por isso mesmo, desejo força para que em 2006 consigamos realmente fazer vários Natais sem olhar para o calendário.
Um Bom Natal para Todos!

próxima paragem: brusca!

Apanhei hoje o maior susto da minha vida. Foi de tal maneira inesperada a situação que me vi de repente no meio de um filme catástrofe (aqueles de qualidade duvidosa, que vendem bilhetes a rodos e que passam nos cinemas pipoca). Até inventei o nome, mas não o vou revelar.

Eram 15.05h e seguia numa das carruagens do Metro (cheio até mais não) entre a Baixa-Chiado e o Jardim Zoológico. De repente deu-se uma travagem daquelas tão bruscas e fortes que nos atirou todos para cima uns dos outros. Houve pessoas a cair no chão... Acho que fiquei branco. Os minutos que se seguiram foram de grande tensão para mim, num silêncio estranho para uma carruagem cheia, quebrado apenas pela irónica gravação "Próxima paragem: Parque". Só faltava era que as portas se abrissem no meio do túnel...

Mais calmo, e já com os pés numa estação, liguei a um amigo meu, contando a situação. Fiquei a saber que estas travagens são mais frequentes do que eu pensava... Então e que tal os senhores do Metro alertarem os passageiros para essa possibilidade? É que como eu, houve muito mais pessoas aflitas...

quarta-feira, dezembro 21, 2005

veganistas famosos

Einstein dizia que o caminho da humanidade nos levaria a uma alimentação mais vegetariana e menos carnívora. Aplausos para o senhor!
Curioso é saber também, segundo um artigo que acabei de ler, que Leonardo da Vinci, Thomas Edison e Charles Darwin, entre outros grandes nomes, eram adeptos de uma alimentação saudável baseada em vegetais. Será preciso mais palavras para defender estas escolhas? Eu acho que não!

terça-feira, dezembro 20, 2005

inocência

Deixamos de ser inocentes no dia em que descobrimos que, afinal, o Pai Natal não existe.

dúvidas a meio do trabalho #1

O que fazer quando, do nada e no meio do corredor que fica frente à sala onde estamos, um colega de trabalho dança ao som seguinte letra por ele cantada: "está a chover homens, Aleluia!"?

segunda-feira, dezembro 19, 2005

ser pendura



Captar momentos como este é uma das vantagens de ir a pendura. Esta foto foi tirada, hoje de tarde, na estrada que vai de Palmela a Azeitão. A barriga cheia de chá preto de côco, com uns goles do chá preto de amêndoa alheio (e de uma mistura estranha dos dois), não tirou a inspiração. Viva o andar a pendura!
Thanks Peco.

domingo, dezembro 18, 2005

...

Hear my name, take a good look
This could be the day
Hold my hand, lie beside me
I just need to say
I could not take a-just one day
I know when I would not ever touch you
hold you... feel you... in my arms... never again...

Pearl Jam (Porch)

sexta-feira, dezembro 16, 2005

wc party



wc party @ jantar de turma
Eu e três gaijas mais lindas e completamente doidas!

quinta-feira, dezembro 15, 2005

poema sonoro

gadji beri bimba glandridi laula lonni cadori
gadjama gramma berida bimbala glandri galassassa laulitalomini
gadji beri bin blassa glassala laula lonni cadorsu sassala bim
gadjama tuffm i zimzalla binban gligla wowolimai bin beri ban
o katalominai rhinozerossola hopsamen laulitalomini hoooo
gadjama rhinozerossola hopsamen
bluku terullala blaulala loooo

Hugo Ball (Gadji beri bimba)

Não, não fiquei louco nem tão pouco me deixei dormir em cima do teclado. As palavras acima transcritas são um excerto de um poema sonoro da autoria de Hugo Ball. O exercício é para que o leiam em voz alta. Tentem e verão a figura que fiz ao lê-lo na aula desta manhã... Depois deixem os vossos comentários.

pouco importa

Pouco me importa.
Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me importa.

Alberto Caeiro (Pouco me Importa)

what?

Soube hoje que o alho, além das suas propriedades medicinais, é um poderoso afrodisíaco.
Sinceramente não percebo em que é que se basearam para dizer isto. É que beijar alguém que tenha acabado de comer alho parece-me ser a coisa menos excitante e afrodisíaca do mundo...

quarta-feira, dezembro 14, 2005

resistir

Consegui!!! Estive o dia inteiro agarrado aos estudos, resistindo à forte tentação de ligar a TV para ver o Manuel Luís Goucha e mais os seus fatos fashion. Eu sabia que era capaz de, pelo menos um dia, não ligar o aparelho para gozar com o senhor (que hoje parece ter alugado o espaço de antena todo para ele). A ecologia foi mais forte. E o lanche ao final da tarde no meio dos skaters (que insistiam em voar por cima do pessoal) também...

terça-feira, dezembro 13, 2005

santo visa

Sinto-me realizado! Este fim-de-semana consegui comprar o primeiro presente de Natal. Foi por mero acaso que o comprei, mas está comprado, portanto vale o mesmo do que se estivesse passado uma tarde inteira enfiado num dos labirintos comerciais - quais cogumelos do consumo que nesta altura parecem nascer do nada e de onde menos se espera - às curvas para me desviar das toneladas de prendas que as pessoas insistem em comprar (e com as quais insistem em agredir). A essas pessoas aqui vai o meu recado: "Amigos, eu já percebi a ideia. Eu sei que vou com um simples e reles saco do jumbo nas mãos enquanto vocês carregam prendas gigantes, armados em neo-Cristos, não de cruz às costas, mas de embrulhos. Eu já percebi, senhores, agora NÃO É PRECISO ATIRAREM COM ISSO PARA CIMA, OK? Obrigado! Ahh, e já agora, a minha conta bancária está de boa saúde, obrigado. Agora a vossa... ho ho ho!"

Dizem que há crise, que as pessoas não compram, mas o certo é que os centros comerciais estão a rebentar pelas costuras. Se o VISA piscasse cada vez que é efectuado um pagamento, não valia a pena os enfeites e as luzes. Aquela luz bastaria para iluminar (e bem!) todo o centro.

Mas o mais grave é mesmo a falta de originalidade das prendas. Na noite de Natal, aquela noite de paz, amizade e distúrbios alimentares, milhares de pessoas, em diversos pontos do país, vão desembrulhar... A MESMA PRENDA!!! Sim, toda a gente compra o mesmo. Basta ficar atento à caixa da FNAC. Filas intermináveis de pessoas com: o DVD dos D'ZRT (algumas com aquilo bem escondido para não causar mau aspecto); o DVD do Gato Fedorento (enquanto imitam para os amigos as piadas do DVD anterior, rindo à parva); o novo livro do Dan Brown (aquele autor que todos lêem e ninguém sabe muito bem porquê).

Olhando para tudo isto, e não querendo entrar em nenhum centro comercial nesta altura (não vão os VISA desatar a piscar e eu ficar ofuscado - seria uma maçada porque não tinha os óculos escuros à mão), anuncio a minha decisão: este ano, as minhas prendas vão ser de fabrico caseiro. É certo que algumas implicam uma ida ou outra à FNAC ou à Fernandes, mas é só por uns momentos (rápidos mesmo). Além de ficarem substancialmente mais baratas, têm a grande vantagem de serem totalmente personalizadas e únicas. Acho que o Natal tem mesmo que ser isso. Mais do que oferecer um produto igual a tantos outros, importa oferecer algo pessoal. As pessoas não são todas iguais, ao contrário do que nos querem fazer querer, e aquelas que me rodeiam vão levar prendas únicas, tal como únicas elas são.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

caminhos

Inspirado em "bloguices" alheias, e após acontecimentos e notícias que, por acaso, me chegaram ontem aos ouvidos, cada vez mais me convenço de que não vale a pena o esforço de mandar as pessoas à merda. Elas vão mesmo lá ter sem que seja necessário fazer nada.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

leves aborrecimentos

É incrível como os nossos problemas se transformam em leves aborrecimentos quando alguém próximo de nós, com apenas 22 anos, está entre a vida e a morte.
Toda a minha força para ti.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

tenho...

... um novo e diferente look! E a minha mãe assusta-se cada vez que passa por mim aqui em casa. Acho que a senhora nem dormiu bem a noite passada... :p

in my tree

up here in my tree, yeah
newspapers matter not to me, yeah
no more crowbars to my head, yeah
i'm trading stories with the leaves instead, yeah
wave to all my friends, yeah
they don't seem to notice me, no
all their eyes trained on the street, yo, oh
sidewalk cigarettes and scenes, (tem-pted)
up here so high i start to shake
up here so high the sky i scrape
i'm so high i hold just one breath here within my chest
just like innocence
(eddie's down in his home)
(oh, the blue sky it's his home)
(eddie's blue sky home)
(oh, the blue sky it's his home)
i remember when, yeah
i swore i knew everything, oh yeah
let's say knowledge is a tree, yeah
it's growing up just like me, yeah
i'm so light the wind he shakes
i'm so high the sky i scrape
i'm so light i hold just one breath and go back to my nest
sleep with innocence...
up here so high the boughs they break
up here so high the sky i scrape
had my eyes peeled both wide open, and i got a glimpse
of my innocence... got back my inner sense...
baby got it, still got it

Pearl Jam - In My Tree

terça-feira, dezembro 06, 2005

paixão com prazo

De acordo com uma equipa de cientistas italianos, o estado de paixão resulta da presença de uma molécula – a NGF – e tem prazo de validade: dura menos de um ano. Os investigadores italianos encontraram níveis mais altos da molécula no sangue de 58 pessoas que se tinham apaixonado recentemente, do que entre os que mantinham um relacionamento duradouro. Mas um ano depois, nova medição entre os mesmo 58 voluntários revelou níveis da ‘molécula do amor’ semelhantes aos do segundo grupo.
in Correio da Manhã, 1 de Dezembro de 2005

Depois de ter conhecido este estudo, consigo entender muita coisa. Estes 58 voltuntários devem ser especiais. É que a maioria das pessoas nem chegam a um mês, quanto mais a um ano...

segunda-feira, dezembro 05, 2005

neo-rebanho

Compreendo cada vez menos este conceito de neo-rebanho ordeiro, seguindo todo na mesma direcção, sem questionar outros caminhos e atalhos que, provavelmente, nos levam onde não será suposto ir.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

rota mantida

É boa a sensação de atravessar uma tempestade e dela sair, sacudindo a água que insiste em nos querer molhar. Depois de uma breve paragem, recuperam-se fôlegos e retoma-se o caminho, voltando à rota traçada.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

ups!

Depois de ter colocado o post anterior, notei que usei, no mesmo texto, as palavras "abuso sexual", "crianças" e "jovens", juntamente com as minhas intenções de voltar para a cama. Só espero que isto não me traga problemas com a justiça. É que da maneira como as coisas andam nunca se sabe...

where's the exit?

Ahhh, nada como começar um belo feriado a trabalhar e a escrever sobre Abuso Sexual de Crianças e Jovens... (ironiazinha)
Onde é que fica mesmo a saída deste edifício? É que já voltava para a cama...

farsas

Não percebo (ou então percebo muito bem) porque é que as pessoas insistem em dizer que fizeram o seu trabalho, esquecendo-se que às vezes as informações, aquelas secretas que supostamente não deveriamos saber, vêm ter connosco sem estarmos à espera.
E o mais giro é voltarmos a estar com essas pessoas e a farsa continuar...

quarta-feira, novembro 30, 2005

é tão bom...

... largar cerca de 40% do ordenado na faculdade...
... ir trabalhar à noite depois de um dia inteiro de aulas...
... ir trabalhar logo de manhã, num feriado, em vez de ficar toda a manhã na cama...
... estar vivo e poder fazer todas estas coisas que custam tanto...

terça-feira, novembro 29, 2005

até ontem...

... acreditava que o amor derrubava todas as barreiras e dificuldades. Hoje, vejo que esta ideia pode ser apenas mais uma das invenções da literatura.
Só queria alguém que me conseguisse mostrar que estou errado...

sábado, novembro 26, 2005

anseios



Nunca mais é 22 de Dezembro...

ser exigente?

Tenho aprendido, por experiência própria, que quanto mais vivo, mais exigente fico. São as pessoas que passam, as relações terminadas e iniciadas, a descoberta de novas pessoas, os temores dessa descoberta, a confrontação com verdades mais ou menos amargas... Enfim, um rol de situações que todos os dias colocam à prova a nossa capacidade de selecção e a exigência que vamos construindo.

É ao nível das relações que tenho sentido essa minha exigência. Tudo o que para trás fui deixando terminou da pior forma, fazendo com que, quase automaticamente, crie uma espécie de escudo contra aquele pequeno pormenor que deu cabo da situação, principalmente se a culpa é da outra pessoa. Depois, este pormenor junta-se a todos os outros que por cá habitam, engrossando uma lista de pré-requisitos. Há quem diga que procuro o impossível. Eu não acho. Procuro algo que sei que existe, tão simplesmente porque o que tenho para oferecer é muito e precioso.

Sim, sou exigente. A minha lista é complexa e também ela exigente. Se é bom ou mau não sei, mas a verdade é que, mesmo sem querer, dou por mim a preencher mentalmente a tal lista de pré-requisitos, tal como se preenche um qualquer formulário das finanças, a cada pessoa que vou conhecendo. E perdoem-me a falta de modéstia, mas sei, melhor que ninguém, a minha atitude numa relação, daí a exigência. É que o que tenho para dar não é dado em troca de pequenas coisas. Tem de ser grande, merecer, dar luta, estimular e, acima de tudo, querer receber. Simples, não? ;)

sexta-feira, novembro 25, 2005

frases #2

Forcei-me a mim próprio a contradizer-me para evitar conformar-me com o meu próprio gosto.

Marcel Duchamp

quinta-feira, novembro 24, 2005

no way



not trying to make a difference...
stop trying to make a difference...
not trying to make a difference, no way...
PJ

LOL

A Igreja Católica publicou um documento no qual se diz, entre outras preciosidades, que só podem ingressar nos seminários os homossexuais que o tenham deixado de ser três anos antes da ordenação como padres.

O meu comentário a isto é só um: LOOOOOOOOOOOL!

quarta-feira, novembro 23, 2005

coisas de blogs

Foi através de um blog vizinho que descobri o site Blogthings. Este é um espaço com pequenos testes de personalidade que revelam coisas tão simples (ou então parvas) tais como: que tipo de tarte somos, qual a nossa idade mental (a minha, segundo o site, é 21...), qual o nosso nome de super-herói (i am The Cat Atom!) ou descobrir que cantor ou banda gostam da música que ouvimos (deu-me Kelly Clarkson...). O pior é que a coisa se tornou viciante. São tantos os testes (alguns francamente parvos) que a vontade de saber quais resultados leva-me a fazer uns a seguir aos outros. Tipo: "ora deixa cá ver o quão maquiavélico eu sou... não! vou antes saber qual o meu nome, mas em monstro (esta deu Shadow Terror)". Enfim...

Entre alguns testes cujo resultado não tem nada a ver com aquilo que sou, houve um que até me arrepiou. Tipo: "mas este sou eu!". Foi o teste que revela o que significa a nossa data de nascimento. O resultado está em baixo.

Data: 29 de Agosto (sim, devia ser feriado!)
You have the mind of an artist, even if you haven't developed the talent yet. Expressive and aware, you enjoy finding new ways to share your feelings. You often feel like you don't fit in - especially in traditional environments. You have big dreams. The problem is putting those dreams into action.
Your strength: Your vivid imagination
Your weakness: Fear of failure
Your power color: Coral
Your power symbol: Oval
Your power month: November

PS: Peço desculpa por estar em inglês, mas com o avançado da hora não apetece traduzir...

terça-feira, novembro 22, 2005

arte

do Lat. arte
s. f., conjunto de preceitos ou regras para bem dizer ou fazer qualquer coisa;

Definição parva que só pode ter sido escrita por um comum mortal e nunca por um criador. É que este, ainda que imortal, não gastaria o seu precioso tempo a defini-la.

segunda-feira, novembro 21, 2005

monday wake-up

Depois de uma noite muito mal dormida, ainda não sei bem por que razão, sinto que só agora acordei (apesar de já terem passado 4 horas desde que o despertador tocou).
Corduroy, dos Pearl Jam, acabou de passar na Radar. A dose de energia que me faltava para finalmente abrir os olhos. Graaaaande som!

the waiting drove me mad...
you're finally here and i'm a mess
i take your entrance back...
can't let you roam inside my head
i don't want to take what you can give...
i would rather starve than eat your bread...
i would rather run but i can't walk...
guess i'll lie alone just like before...
i'll take the varmint's path...
oh, and i must refuse your test
a-push me and i will resist...
this behavior's not unique
i don't want to hear from those who know...
they can buy, but can't put on my clothes...
i don't want to limp for them to walk...
never would have known of me before...
i don't want to be held in your debt...
i'll pay it off in blood, let i be wed...
i'm already cut up and half dead...
i'll end up alone like i began...
everything has chains...
absolutely nothing's changed
"take my hand, not my picture," spilled my teacher (spilled my tincture)
i don't want to take what you can give...
i would rather starve than eat your breast...
all the things that others want for me...
can't buy what i want because it's free...
can't buy what i want because it's free...
can't be what you want because i'm...
why ain't it sposed to be just fun
oh, to live and die, let it be done
i figure i'll be damned, all alone like i began...
it's your move now...
i thought you were a friend, but i guess i, i guess i hate you..

Corduroy - Pearl Jam

domingo, novembro 20, 2005

dia cinzento :)

Adoro dias cinzentos. Ao contrário da maioria das pessoas, a chuva e o tom cinza das nuvens não me fazem sentir depressivo. Antes pelo contrário; sinto-me confortável.
É bom estar em casa num dia como este. Mesmo tendo pela frente uma tarde dedicada a um trabalho sobre ecologia e saúde pública, sabe bem sentir a chuva a bater nos vidros. Sabe bem o abrigo e o conforto que a nossa casa, especialmente nestas alturas, nos oferece. Em dias como estes, parece mesmo que os nossos problemas e medos se diluem nas gotas de água que correm lá fora. É bom, isso. Sabe bem.

Numa tarde deliciosamente chuvosa e cinzenta, a melhor banda sonora. A minha recomendação, a rodar com alguma insistência aqui por casa, vai para Jazzanova Mixing, da editora alemã Sonar Kollektiv. E vivam os dias assim.

sexta-feira, novembro 18, 2005

provocar, criticar, contestar…

Dizia hoje um dos meus professores que devíamos provocar, agitar e intervir no espaço da escola e não só. É estranho para o comum dos mortais ouvir isto de alguém que ocupa um lugar em que, normalmente, se exige o cumprimento das regras, mas a verdade é que esta “sugestão” me fez reflectir acerca de um assunto que me ocupa a mente há alguns dias, resultante de conversas com amigos.

Temos liberdade hoje em dia, ou pelo menos é isso que nos fazem crer, mas a vida vai-nos ensinando que, muitas vezes, o melhor é ficar calado porque as represálias estão ao virar da esquina. E não me venham dizer que não, porque é verdade. Elas existem. E quando podem comprometer um emprego ou uma outra situação importante, o silêncio acaba por vencer. Eu próprio já senti isso, mesmo aqui no blog onde já me censurei a mim mesmo, evitando dizer algo que pudesse ferir quem aqui venha. Mas será isso correcto?

Cada vez mais sei que não. A apatia, a aceitação ou o conceito do “yes-man” não fazem parte da minha forma de ser e estar, apesar de, em ambiente laboral, por exemplo, a nossa atitude ter que ser mediada entre aquilo que somos e aquilo que temos que ser. É quase esquizofrénico, eu sei, mas é a única forma de não sermos cilindrados por um sistema que se diz livre.

Mas e na esfera privada? Se sou livre para fazer/dizer o que quero, porque não fazê-lo? É esta dúvida que me tem assolado nos últimos tempos. Provocar ou não provocar? Criticar ou ficar calado? Contestar ou aceitar? Hoje tudo se tornou mais óbvio. Contestar, provocar e criticar é importante. Nada de ficar calado ou engolir sapos. Já bastam aqueles que temos que meter goela abaixo só porque tem que ser. É boa a sensação de alívio e de dever cumprido quando contribuímos para algo ou colocamos em discussão um qualquer assunto, sem significar com isso a simples lavagem de roupa suja ou sem querer insinuar que devamos criticar tudo o que nos apetece só por “dá cá aquela palha”. Mas é importante falar, criticar, pôr em causa o que está estabelecido. É importante sonhar em ir mais além, pensar que as coisas podem mudar, porque elas podem mesmo mudar se para isso trabalharmos. Tarefa árdua, caramba se é, mas vale tanto a pena dar à vida um significado e fugir do rebanho massificado que alguém insiste em manter debaixo de olho…

quinta-feira, novembro 17, 2005

palavras, pensamentos, poetas...

Fornicar, fornica-se com quem quer que seja ou com quem seduzimos e desejamos. Mas dormir, dormir é muito mais complicado; leva tempo até se perder o medo de entregar o corpo, assim... ao outro. E a lassidão dos corpos abandonados aos segredos do sono um do outro é bela!
Al Berto

Não sei que poder têm os poetas, escritores, pensadores deste mundo, mas parece que conseguem entrar na nossa cabeça e colocar em palavras aquilo que queremos dizer de um modo mais conciso, eficaz... belo. Seres iluminados, quanto a mim. Pessoas especiais e completamente fora do nosso mundo. E que bom é poder fugir do mundo...
As palavras de Al Berto são duras, eu sei. Podem, inclusivé, ofender, mas o que é a Arte sem rebeldia?

quarta-feira, novembro 16, 2005

frases

Eu dizia-lhe que podíamos ver o resto do mundo. Daqui de onde estávamos, sem ninguém nos ver. Bastava não ter medo do escuro. Bastava esperar que fosse noite.

Clara Pinto Correia

segunda-feira, novembro 14, 2005

Sintra revisitada

Quando uma chuvosa e fria noite de sábado convidava a aventuras mais caseiras, eis que o desafio surgiu: rumar a Sintra e explorar as ruas daquela vila. Máquina na mochila, camadas de roupa em cima do pelo e a melhor companhia foram os ingredientes para uma noite da qual restam memórias e muitas imagens. Apresento a Vila de Sintra como poucos a conhecem.











sexta-feira, novembro 11, 2005

não vivo em vão

Já não vivi em vão
Já escrevi bem
Uma canção.

É engraçado como estas palavras de Pessoa traduzem tão bem uma manhã atribulada. Cheguei ao limite. Já dei o meu contributo. Já disse o que queria. Querem aceitar, aceitem. Não querem, ignorem. Eu, pelo menos, sei que não vivo em vão.

quarta-feira, novembro 09, 2005

terça-feira, novembro 08, 2005

breaking the rules

We’re too busy
We’re just too busy
Always making predictions
Never make an exception
To the rules

Quem o diz é Roisin Murphy em The Closing Of The Doors. Música perfeita para um dia sim. Tão sim que nem a tarefa menos criativa e plena de regras, a convidar a evasões mais ou menos excepcionais, parece afectar.
O tempo convida a fugas. Este cinzento que vejo pela janela, a enquadrar uma também cinzenta capital, faz-me querer ir para casa, para junto da lareira, e ali ficar toda a tarde a ver filmes. Mesmo que sejam aqueles das tardes de domingo. Não importa. Hoje o dia é sim. Já o de ontem foi. Qualquer coisa que venha, desde que não trágica, vai saber a algodão doce...

voltas e voltas...

The game is set, and too much players again,
And here we are, in front of them again.

The Gift (Front Of)

segunda-feira, novembro 07, 2005

are you near?

Because everything had to be a happy end. I began to say that nothing is about love. Intelligent and lovely persons, like those films that we watched on TV, intelligent and lovely women, like we watched on TV. Those murders during the night, stupid life, drugs of all kind… do you want to see me like them? So tell me baby please, are you near? Just tell me one more time, are you near? Sometimes I know you’re not as I wish, and I look at your window, there’s a light, something in… and I pass by and buzz around your corner, the telephone rings, you didn’t answer… please! Only one more time, are you near? So scream at window and tell me that you’re near. And I wonder if you told me that… like in "Lost in Translation" please do that! They look at those neon lights, the love on their face… And loving all life, loving or lie, just one more lie… Tell me baby please, are you fucking near? Because I don’t know, so open you fucking mouth and tell me that you’re near.

Are you near?
(The Gift)

sábado, novembro 05, 2005

vale a pena?

Vale a pena chorar, gritar, desesperar, sofrer?
Vale a pena não dormir, não comer, não fazer?
Vale a pena dar, voltar a dar e dar de novo?
Vale a pena abdicar do nosso tempo, das nossas coisas, de nós?
Vale a pena fazer as coisas com gosto, usar do nosso esforço e suor?
Vale a pena esperar, ter paciência, aturar o que ninguém aturaria?
Vale a pena estar ali sempre, ouvir, sarar feridas?
Vale a pena amar incondicionalmente?

Será que vale a pena tudo isto se no fim levamos pontapés e ainda somos chatos?

quarta-feira, novembro 02, 2005

música para chorar

Não é um top. Não é uma lista grande ou exaustiva porque ouvir isto tudo de enfiada faria das fábricas de lenços o negócio mais rentável à face da terra. É música para chorar, senhoras e senhores! Daquela boa, deprimente, a fazer lembrar momentos passados que nos fazem ter saudades do futuro... Porque nada como uma boa sessão de choradeira com a melhor banda sonora. Aqui fica:

Des Ree - Kissing You: as duas versões - vocal e instrumental - uma logo a seguir à outra;
Enigma - Gravity of Love: sem comentários I;
Rodrigo Leão - A Casa: versão com a Sónia dos The Gift para chorar em português;
Natalie Imbruglia - Identify: sem comentários II;
Roisin Murphy - The Closing of the Doors: parte do álbum Ruby Blue;
Coldplay - See You Soon: música do tempo de Parachutes, mas que não entrou em nenhum álbum da banda. porquê?;
Mafalda Veiga - O Lume: sem comentários III;
Bush - Letting the Cables Sleep: sem comentários IV;
Tori Amos - Winter: sem comentários V;
A Camp - I Can Buy You: sem comentários VI.

Alguém tem mais sugestões?

domingo, outubro 30, 2005

sentimos, crescemos...

O ser humano gosta de sofrer. Não critico esta atitude até porque contra mim falaria se o fizesse. Quem não gosta de uma boa sessão de choro ao som das músicas que se ouviam nos bons tempos? Quem não gosta de olhar para fotografias tiradas quando a alegria era grande? Quem não gosta de recordar os momentos mais felizes? Quem é que nunca se desviou quilómetros só para passar por um local onde algo de especial aconteceu?

Não critico nada disto, sinceramente. Acho saudável, acho bonito, acho romântico. Não se devem esconder os sentimentos atrás de falsos sorrisos e ideias tolas porque, tão simplesmente, sentir é a propriedade que nos distingue dos outros seres. Enquanto que eles agem por instinto, nós agimos por sentimento, por sentir ou não algo. Camuflar o que se sente é, quanto a mim, irracional. Não o faço! E se pensarem bem não é à toa que em qualquer consulta do psicólogo somos "obrigados" a relembrar as coisas que mais doem.

Os sentimentos são para estar vivos, sejam eles bons ou maus, tragam alegria, tristeza, melancolia ou saudade. São eles as verdadeiras e reais lições. É com eles que crescemos. É com eles que vivemos e será com eles que fecharemos as páginas anteriores da nossa existência, iniciando o parágrafo seguinte, numa nova página, com outro fôlego.

PS: Engraçado. Este foi o texto que mais depressa escrevi aqui no blog. Não teve nem uma correcção. Ele há coisas...

sábado, outubro 29, 2005

coisas que se ouvem...

Runião e éroporto.
Logo pela manhã, para acordar a caminho do trabalho, mais duas pérolas do "bom" português que se vai ouvindo por algumas das nossas rádios.

segunda-feira, outubro 24, 2005

desabafos #1

Irritam-me as pessoas que parecem beber o café gota a gota, impedindo os restantes clientes de se aproximarem do balcão. Depois, somos obrigados a gritar para o empregado, por cima dessa mesma pessoa. bah!

sexta-feira, outubro 21, 2005

perguntas #1

"Então e tu quanto é que te casas?"
Desde que a minha irmã se casou, esta é a pergunta que mais me têm feito. Mas que mania é esta de pensar que todos temos que seguir o mesmo caminho ou o percurso dito "normal". E o pior é que já não encontro forma de dar desculpas "politicamente correctas"...
Para que saibam: Casar, NÃO MESMO! argh!

quinta-feira, outubro 20, 2005

a vida é injusta

No dia em que o dono do Sporting se decide demitir, numa última tentativa para comover o pagode, o jogador da bola armado em modelo resolve ser preso...
Já uma pessoa não pode dar nas vistas, bolas! A vida é injusta!

ângulos

O ângulo faz a coisa.
Olha que isto até podia dar um ditado popular todo catita... Enfim. Tudo isto a propósito das praxes a que hoje assisti. Quando fui praxado até achei piada à coisa e fui numa de "já que aqui estou, vamos lá ver o que é que isto vai dar". E deu. Diverti-me mesmo! Hoje, de um outro ângulo, achei a praxe a coisa mais parva do mundo. Sinceramente, e que me desculpem os meus colegas praxistas, o que é aquilo, heim?

segunda-feira, outubro 17, 2005

reciclar, usar...



E se este saco fosse para… Usar como chapéu de sol Embrulhar um presente Fazer uma máscara de carnaval Apontar números de telefone Guardar cartas de amor Pôr terra e plantar uma árvore Pôr a roupa suja Apanhar flores do jardim Arrumar a sala em 5 minutos Muitas pipocas Ouvir o mar Guardar discos de vinil Fazer um piquenique Recolher papel velho Mudar de casa Acender uma fogueira Reciclar a sua vida?
in saco do ikea/experimenta design 2005

Um saco é apenas um simples exemplo de como somos hábeis a usar objectos para efeitos diferentes daqueles para os quais foram criados. Com os objectos, a ideia pode até funcionar. Com as pessoas, não! Então, porque é que há quem insista em usar-nos para propósitos diferentes daqueles que seriam desejáveis? E porque é que insistimos em nos deixarmos usar?

domingo, outubro 16, 2005

frases

Ignore Reality. There's Nothing You Can Do About It.
Há frases que surgem no momento certo, traduzindo tão bem o que sentimos. Esta foi dita pela Natalie Imbruglia no concerto do Freeport. Acabei por não ir. Paciência. A vida pode esperar.
Thank's V.

quarta-feira, outubro 12, 2005

freak-show de luxo



Há muito que queria ver "A Ilha". Não porque o género de filme me interesse por aí além, mas antes pelo assunto abordado – a clonagem – uma das discussões actuais que mais me fascina e intriga e me faz questionar acerca dos avanços tecnológicos. Será que é necessário ir tão longe?

No filme, a forma como se aborda o tema é, sem dúvida, inovadora. Tudo se passa numa colónia de clones que são uma espécie de reserva para pessoas ricas e sem escrúpulos, que ali têm uma cópia fiel de si mesmos não vá o diabo tecê-las e ser necessário um qualquer órgão ou uma sempre importante (ironia!) revitalização cutânea... Tudo a troco de uns escassos milhões de dólares. Coisa pouca para quem aspira a vida eterna. A verdadeira feira das vaidades. Um "freak-show" de luxo.

Tudo isto não me teria feito pensar tanto se a clonagem fosse ainda algo de muito virtual. Acontece que não é. Assusta-me a ideia de que, da mesma forma que se fazem operações plásticas e afins, possam vir a existir pessoas que usem a vida de seres humanos em beneficio de futilidades. Se hoje já é possível criar-se pele humana através destes métodos, até que ponto é que a coisa não descamba para algo mais macabro, tal como o filme relata? Temo que, da mesma forma que génios como Júlio Verne conseguiram antever o futuro, este mesmo filme possa a vir tornar-se numa realidade. Até onde vai a ambição do homem de ser mais e melhor? Quando vai parar a mania de nos tornarmos no ser mais perfeito à face da terra?
É que perfeição só será atingida no dia em que o homem conseguir equilibrar-se com a natureza. Até lá, muitas contas têm que ser acertadas e quem vai pagar a factura deste freak-show de luxo somos mesmo nós...

domingo, outubro 09, 2005

vedetismo 1 - esclarecimento 0

Terminou a campanha eleitoral. Há muito que acordar ao fim-de-semana não significava silêncio. Acabou-se o despertar ao som de promessas eleitorais misturadas com música roufenha, que noutros tempos já serviu de banda sonora a filmes. Se o autor soubesse o destino da sua música... E até era bonita...

Bonito seria também ter visto uma campanha eleitoral com propostas à séria, com candidatos sérios, com discussões sérias e com debates realmente esclarecedores sobre uma coisa que tem alguma importância (digo eu): a qualidade de vida dos cidadãos que, afinal, pagam os ordenados aos senhores que deviam zelar por essa mesma qualidade. Depois de mais de 15 dias a ver discursos, apertos de mão, beijos, peixeiras, políticos a dançar e a cantar, sinto-me exactamente na mesma. O vedetismo ganhou ao esclarecimento das populações.

Amanhã vou votar, claro. Jamais o deixarei de fazer porque é um dever cívico e uma forma de nos expressarmos. Se há tanta gente a manifestar-se por aí, aproveitem e usem esta forma legal para mostrar que pensam de tudo o que está a ser feito em Portugal. Se a mudança é necessária, ela começa em cada um de nós com pequenos (grandes!) gestos. A praia e os centros comerciais podem esperar.

quinta-feira, outubro 06, 2005

last night

Há músicas que marcam momentos. Esta é uma delas e marcou a noite de ontem em que até luzes estranhas no meio do nevoeiro se avistaram, ali para os lados da Aldeia do Meco... Creeeepy!
Quanto ao tema, chama-se The Waves e é interpretado pela italiana Elisa. Leiam a letra, descubram a música e deliciem-se. Vale mesmo a pena!
Thanks PECO, you bitch! :p

I'll get away, get in the car
I'll reach the shore before sunrise
And I'll watch the moon and stars
I'll tell them everything about us

I left last night
I reached the shore
Trying to find everything I lost
In a thousand waves
A million waves
Still, somewhere I am sure

That I will see your face
I will see you there

Morning sun
Before you will rise
Before you'll come and shine again on us
Let me find, let me find, let me find

Some comfort in the night
Cause I don't mind what I've lost
I've reached the shore
And nothing ever changed
In a thousand waves
A million waves
Oh still I look for love

And all I see is your face
So I come back home to you

I bleed but I'm choosing you again
I'm done but I'm ready to begin

terça-feira, outubro 04, 2005

signing out...

O messenger! Essa grande invenção que, supostamente, serve para nos aproximar dos amigos (estejam eles distantes ou na localidade vizinha), para falar, brincar, rir, trabalhar… Enfim, uma quantidade imensa de recursos para… nada! Pronto, não é bem para nada, mas é que ultimamente começo a ganhar uma certa repulsa a esta ferramenta, de tal forma que se já lá vou pouco a coisa tende a piorar.

Tudo isto porque nos últimos tempos tenho vindo a confirmar algo que à partida já sabia. As palavras via messenger, mesmo que usadas da melhor forma possível, não conseguem transmitir nem 20% daquilo que queremos dizer. O resultado é o contrário aquele que seria de esperar. A conversa acaba por desembocar numa discussão sobre o “sexo dos anjos”. E o pior é que ninguém tem razão porque se um não quis dizer algo de certa forma, quem está do outro lado também não tem culpa de interpretar livremente o que acabou de ler. E porque discutir em forma de texto é das coisas mais parvas que conheço, além de que é uma falta de respeito e de consideração para as duas pessoas envolvidas, acabo por ficar tão irritado, injustiçado e até mesmo triste que pego no telemóvel na tentativa de explicar que aquela frase não queria dizer isto, mas sim aquilo... Com tudo isto vai-se a espontaneidade que para mim é uma das pequenas formas de humanizar este meio. É que para evitar conversas e frases que possam ser mal interpretadas, acabo por não falar tanto, tendo a resumir a conversa a algo de banal e pouco interessante e já não permaneço tanto tempo ligado como antes. O messenger está a cansar-me e nestes tempos conturbados o que menos preciso é de coisas que me cansem a alma.
Vou encerrar a sessão. Até logo!

sexta-feira, setembro 30, 2005

precisa-se...

... alguém que me leia uma história sem eu lhe pedir.

Inspiração: Deixa Cair o Inverno - Mesa

quinta-feira, setembro 29, 2005

redemption song

Em jeito de redenção, e para provar que o meu bom gosto musical não anda por 'becos escuros e sombrios', aqui está a letra de uma grande música (para mim um dos momentos brilhantes dos Coldplay). Fica o conselho para descobrirem Shiver. :)

So I looked in your direction,
But you paid me no attention, do you.
I know you don't listen to me.
'cause you say you see straight me, don't you.

On and on from the moment I wake,
To the moment I sleep,
I'll be there by your side,
Just you try and stop me,
I'll be waiting in line,
Just to see if you care.

Did she want me to change?
But I change for good.
And I want you to know.
But you always get your way,
I wanted to say,

Don't you Shiver? Shiver, Shiver

I'll always be waiting for you,
So you know how much I need ya,
But you never even see me, do you?

And this is my final chance of getting you.

On and on from the moment I wake....
Did she want me to change?...

Sing it loud and clear.
I'll always be waiting for you.
Yeah I'll always be waiting for you.

And it's you I see, but you don't see me.
And it's you I hear, so loud and clear.
I sing it loud and clear.
And I'll always be waiting for you.

So I look in your direction,
But you pay me no attention,
And you know how much I need you,
But you never even seen me.


Redenção aceite? ;)

terça-feira, setembro 27, 2005

música para os vossos ouvidos

Em jeito de serviço público, deixo aqui algumas sugestões musicais que me têm acompanhado nos últimos tempos. Repito, estas são apenas algumas. Leiam, façam a vossa selecção e descubram-nas da forma que melhor vos apetecer. Fico à espera dos comentários.

Amerie – One Thing: Já ouvia esta música há algum tempo na Antena 3, mas só ontem apanhei a Mónica Mendes a dizer o nome da mesma (obrigado M). One Thing é o tema que abre Touch, o álbum editado pela cantora em 2005.

Télépopmusik feat. Ângela Mccluskey – Love’s Almighty: Este tema, a fazer lembrar sonoridades dos filmes de James Bond, foi-me dado a conhecer por um amigo via msn. Ainda durante a primeira audição, consegui saber de quem era a voz feminina e que a faixa pertence a Angel Milk, o último trabalho do colectivo.

Juliet – Avalon: A Radar tem apostado forte neste tema que é o single de avanço de Random Order o primeiro disco de Juliet (Juliet Richardson), uma song-writer natural da Pensilvânia. Um tema viciante e de batidas dançáveis, que recomendo vivamente.

Coldplay – Talk: Por mais que batam em X&Y não o consigo deixar de o ouvir muito tempo. Gosto do som dos Coldplay e não acho que tenha mudado assim tanto deste os tempos de Yellow (e não Shiver) (que até nem é uma música que me fascine muito). Talk é um dos temas do novíssimo trabalho da banda britânica, que roda em powerplay cá em casa.

Mesa – Arrefece: Confesso que ainda não me “vitaminei” com o novo trabalho dos portugueses Mesa, mas gostei desta música desde o primeiro minuto (para já não falar do vídeo).

Elliot Smith – Son of Sam: Não é nenhuma descoberta recente, claro, mas é um grande tema que, mesmo estando tempos sem ouvir, me consegue fascinar tal como da primeira vez. Não é certamente o mais representativo de Elliot Smith, mas pode ser uma boa forma de descobrir este senhor, mais uma das grandes perdas da música contemporânea.

PS: Este era o post que ontem tinha perdido e que voltei a escrever desta vez no word para salvaguardar a coisa.

bah!

Estou furioso! Acabei de perder um post que estava a escrever há algum tempo...
Amanhã escrevo de novo e volto a colocá-lo. Vou dormir! bah!

segunda-feira, setembro 26, 2005

...

Há pessoas tão especiais na minha vida que gostava de as poder pegar ao colo e levá-las para casa de modo a que ninguém lhes fizesse mal.
Uma lembrança para essas pessoas e um obrigado ao destino por nos ter cruzado.
E nem preciso de dizer nomes. Os destinatários sabem que isto lhes é dirigido.

sexta-feira, setembro 23, 2005

vida injusta

Se a meio do trabalho tivermos fome, podemos ir ao bar comer qualquer coisa. Por esta ordem de ideias, caso tenhamos sono, porque é que não podemos dormir?
A vida é injusta, bolas!

para quê!?

Para quê um Dia Europeu Sem Carros onde se apanham filas de trânsito onde habitualmente não as há? Por causa desta treta, hoje gastei mais combustível, contribuí com isso para a poluição e perdi a paciência.
Resultado: um brilhante efeito contrário. Fiquei (e muitos outros) a odiar dias como este...

Inventar novas formas de sensibilizar as pessoas sem colocar em causa a vida e os compromissos a que estão obrigadas é urgente! Pensar no ambiente, além de um dever, é uma causa fulcral, mas a forma como hoje vivemos obriga-nos a pensar de maneira mais terrena e menos idealista. E o pior é que a culpa não é nossa...

quarta-feira, setembro 21, 2005

made in Portugal

É genial a capacidade que os portugueses têm para a arte do desenrrascar, útil em muitas áreas. A língua é uma delas. Lembrei-me disto ao ouvir, agora mesmo, uma colega a proferir e seguinte pérola: "we can buy some flowers just to simbolate"... Lindo!

à primeira vista

O que é que nos faz gostar de alguém que à partida, caso entrasse na nossa vida de outra forma e com outra abordagem, nada iria significar para nós? Que estranho fenómeno é este que nos faz ficar com o coração aos pulos (sim, eu ainda sinto isso), que nos leva o chão, que nos faz sentir um misto de angústia e ansiedade interiores e que nos deixa com um sorriso parvo que nada esconde?

Acho que estas são algumas das minhas maiores dúvidas existênciais. Sempre me questionei acerca disto. Há alguns tempos atrás alguém falava de um autor americano que fez um estudo acerca do amor (eu diria paixão) à primeira vista. Segundo ele, este estranho fenómeno é real e acontece por uma simples razão: se gostamos de alguém ao primeiro olhar é porque a pessoa alvo tem qualquer coisa de semelhante com os nossos pais ou com alguém de quem gostamos anteriormente, seja a forma dos olhos ou do rosto. O nosso subconsciente reconhece a semelhança de um qualquer traço e encarrega-se de nos prender a atenção. A coisa parece realmente muito mecânica, eu sei, mas é perfeitamente compreensível e a partir do momento em que ouvi tal argumento a ideia solidificou-se na minha mente. É realmente possível uma paixão ao primeiro olhar. Já aconteceu comigo, tenho disso consciência, mas o mais estranho de tudo é que, analisando o meu historial amoroso, não consigo de todo encontrar as tais semelhanças...

terça-feira, setembro 20, 2005

coisas que me irritam

Em dia não, falar daquilo que me irrita pode ser que ajude a exorcisar os meus terrores. Odeio:

- Receber boas novidades amorosas dos amigos (e que bom que é ver os amigos bem) nos dias em que saber que há pessoas felizes só nos faz pensar ainda mais nos nossos desamores;
- Mosquitos a entrar no olho (com tanto sítio com que chocar) quando se vai a alta velocidade em cima de uma BTT (aconteceu-me hoje);
- Ex-amores que nos afrontam com os seus novos estilos de vida, totalmente diversos do tipo de vivências que levavam quando tudo estava bem (será que sou eu que estou mal?);
- Pensar que a culpa das relações falhadas é apenas nossa;
- Esperar por um concerto durante algumas semanas e ver a actuação cancelada a três dias do evento.

Pronto! Não que me sinta melhor, mas pelo menos fica registado. Bah!

rádio no blog (update)

Bem, não é bem rádio. É uma pequena experiência que estou a fazer.
Passo a explicar: a partir de hoje, todas as semanas (se tudo correr bem) vou colocar aqui no blog um ficheiro com uma pequena sugestão musical acompanhada de um comentário. Hoje, disponibilizo o primeiro, ainda em versão de teste, para ver como funcionam as coisas e para ouvir e ler os vossos comentários. (...)


Este foi o post que aqui coloquei ontem. Hoje as coisas mudaram de figura porque isto de disponibilizar música na Internet é mais complicado do que eu julgava. Li algures que se colocassemos apenas um excerto da música que não havia qualquer tipo de problema. Foi o que fiz, como sabem. No entanto, hoje liguei para a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) para esclarecer dúvidas e disseram-me que é totalmente proibido fazê-lo. A Lei é bem clara e basta que um dos sentidos (visão ou audição) reconheça uma qualquer parte da obra para que o sarilho esteja instalado.

Por exemplo, se o senhor Jay Kay viesse a este blog, algo que eu acharia perfeitamente natural, e ouvisse a sua música aqui disponibilizada, poderia ficar chateado porque ninguém lhe havia pedido autorização (aqui para nós, eu até acho que ele ficaria contente por ver elogios à sua obra, mas a Lei e os senhores das editoras é que mandam nisto...) e ainda iria sobrar para mim. Sinceramente, apesar do gozo que me iria dar levar para a frente este novo desafio, não me apetece ter problemas com a justiça.

Assim, por enquanto, a ideia fica em stand by. Vou averiguar a melhor forma de contornar a situação porque quero mesmo levar isto em diante. Até lá, vou aqui colocando as sugestões em formato texto (até ao dia em que tenha que pagar para usar os nomes dos artistas e dos respectivos títulos das músicas...). Se alguém me souber ajudar, melhor ainda!

Agradeço todos os comentários que aqui deixaram. Foram fenomenais e deram-me força para continuar com esta ideia. Um grande obrigado a todos!

quarta-feira, setembro 14, 2005

boas vibrações



Chama-se Dynamite e é a nova e explosiva aventura musical de Jay Kay e companhia. Os Jamiroquai lançaram o álbum no passado mês de Junho, mas confesso que só agora decidi dar-lhe a devida atenção, talvez pelo facto do single de abertura não me ter entusiasmado assim tanto. Quando as rádios começaram a passar Seven Days in Sunny June, a segunda faixa a ser extraída do álbum, a coisa mudou de figura. Aquela viola acústica inicial conquistou-me aos primeiros segundos de tal forma que disse a mim mesmo: "tenho que ouvir este álbum. E depressa!" Desde domingo não faço outra coisa e, por isso mesmo, fica aqui a recomendação para irem à loja mais perto de vós ou deslocarem o rato até ao programa de download mais próximo.
Bons momentos do álbum: Seven Days In Sunny June, Don't Give Hate a Chance, World That He Wants e Time Won't Wait.

Não é apenas do álbum, mas o facto é que desde domingo me sinto como há muito não me sentia. Acho que as boas vibrações de Dynamite passaram dos phones para mim. E não foram só elas... ;)

domingo, setembro 11, 2005

wake me up when the revolution starts

Regresso de férias. Aterro de novo no meu mundo. Ligo a TV. A implusão das torres da Península de Tróia dominam os jornais e têm honras de super transmissões em directo e em simultâneo nos principais canais nacionais. Desligo a TV. Não posso acreditar no que acabei de ver. Os senhores do betão aplaudem o início da destruição de mais um património natural em prol de outros mais abonados que agora vão rumar para o novo sítio da moda: o resort de Tróia.

Vou dormir. Acordem-me quando a revolução começar, por favor!

relato das férias

Dizem que fora dos grandes centros urbanos a coisa é mais fácil. As pessoas são mais calmas, vivem de forma mais tranquila e os dias parecem durar o dobro do tempo. É totalmente verdade. Apesar de não conseguir estar fora do meu ambiente durante muito tempo, eis que, após uns dias (sempre poucos) fora de Lisboa e longe da confusão, consigo provar a mim mesmo tudo aquilo que se diz acerca da vida no campo. As coisas lá são mais calmas. As pessoas parecem mais felizes, mais bonitas e menos gastas.

São Pedro de Moel (zona de Leiria), o sítio onde rumei e cujas fotos já aqui coloquei, é uma terra completamente à parte. Assim que se entra na vila nota-se logo algo diferente, desde a calma ao tipo de pavimento da estrada quase a indicar que acabamos de entrar num outro mundo. E que outro mundo. A zona é cara o que acaba por seleccionar à partida o tipo de pessoas que ali param. Não que eu tenha algo contra quem não tem dinheiro ou posses (até porque eu também não ando muito abonado), mas quem lá for consegue compreender o que eu quero dizer. É que durante os 10 dias em que lá estive não ouvi gritos, não ouvi música foleira a sair dos carros que passam na rua e nem os habituais pintas armados em bons que abundam pelas zonas mais urbanas. Vi pessoas normalissimas de todos os tipos e géneros (dos betos (muitos mesmo!!) aos mais alternativos) que estão ali para descansar e ponto final. E acreditem, aquele sítio é perfeito para descansar e esquecer tudo (ou quase tudo...). Longe da internet, da televisão (a parabólica avariou-se lol), do trânsito e da poluição, descansei mais em 10 dias lá do que descansaria um mês inteiro em Lisboa. E nem é preciso inventar coisas para fazer. Com o mar a meus pés, foram muitos os passeios a pé e os quilómetros de bicicleta em pistas próprias ao longo da praia tal como gostaria de ver aqui na margem sul. Estive também em Coimbra :), Conimbriga, Condeixa e dei umas voltas por matas e pinhais onde se podem encontrar árvores notáveis e de interesse público que felizmente ainda não foram atingidas pelo fogo (assim espero que continuem).

Ahh, não me quero esquecer de referir um dos sítios mais fantásticos onde se pode estar a beber café. Chama-se Bambi, já existe há mais de 40 anos e foi recentemente renovado. Fica no meio de um parque cheio de pinheiros, tem um ar muito clean e uma zona da esplanada com sofás brancos onde se pode estar toda a tarde a ler ou a conversar. Este é um daqueles lugares (além do mar e da paisagem) que gostaria de ter trazido comigo...

Em jeito de resumo...
Quilómetros feitos em BTT: cerca de 130
Quilómetros feitos a pé: muitos mesmo!!!
Fotografias: mais de 500
Livros lidos: 2 (ao todo 1200 páginas)
Música ouvida: 12 álbuns completos
Comida: abusei, mas consegui não engordar he he he
Pipocas: muitos quilos ingeridos (é um vício e aquelas eram tão boas...)
Único defeito das férias: estar longe de alguns dos meus amigos

terça-feira, setembro 06, 2005

de regresso

Depois de umas férias por terras de D. Dinis, estou de regresso ao meu canto e aqui ao blog. Partilho com todos algumas das muitas imagens captadas ao longo de 10 dias. O rescaldo fica para mais tarde. Apresento-vos São Pedro de Moel!











Legenda (por ordem das imagens): São Pedro de dia; São Pedro junto ao Farol com o nevoeiro sempre presente; Café Bambi (todas as cidades deviam ter um café assim...); São Pedro à noite; Um caminho que leva a algumas árvores únicas (felizmente os fogos ainda poupam paraísos como este...).

sábado, agosto 27, 2005

de férias!

É de malas feitas e com o zen cheio de música que eu (e também o blog) vamos de férias nas próximas duas semanas aproximadamente. Longe de computadores, da internet, do msn e dos chat(o)s, mas sempre perto do que é realmente importante. Porque preciso mesmo de sentir saudades de casa, do meu ambiente e das minhas coisas (apesar das mais importantes irem comigo).
Até breve. Boas férias para quem (como eu) só agora as pode gozar.

quinta-feira, agosto 18, 2005

para ti maninha



Nem acredito que já estás casada e longe de mim. Na minha mente fui adiando o acontecimento. Talvez por medo de sentir o que sinto hoje, talvez por não aceitar o inevitável, talvez pelo medo que tinha em te perder. Sou sincero: nunca pensei que iria sentir tanto a tua falta. Nem imaginas como a casa ficou vazia desde sábado. Faltas cá tu, a tua voz, os teus gritos, a tua teimosia, o teu mau feitio que tanto me irrita e tira do sério. Mas afinal, é tudo isso que eu gosto em ti e que te faz a pessoa especial que és e que agora está longe. Sei que tudo isto está muito fresco e que daqui a algum tempo a ferida vai sarar, mas até lá vai ser difícil lidar com a tua ausência repentina, ainda que saiba que estás feliz e a seguir um rumo dito normal.

Nunca pensei estar aqui a escrever isto. Quem nos viu em pequenos estaria longe de imaginar que um dia iria estar aqui a dizer o quanto gosto de ti. Quem sabe da história da bola de berlim, quem sabe como te tratei quando nasceste e outras tantas histórias, se estiver a ler este texto, deve estar de boca aberta. E hoje, 27 anos depois, cá estou eu a dizer o quanto gosto de ti e a falta que me estás a fazer aqui em casa.

Com tudo isto, só consigo ganhar forças sabendo que estás bem. O meu desejo mais profundo é que Deus te ilumine o caminho e que te dê forças para enfrentares os novos desafios que a vida agora te coloca. Eu estarei aqui para te ouvir, para contigo chorar, para rir com os teus disparates, para fazer o papel do irmão mais velho que vai fazer tudo para te continuar a acompanhar e ajudar.

Amo-te maninha. Que tudo isto porque estou a passar tenha como recompensa a tua felicidade.

domingo, agosto 07, 2005

no, this is not for you

restless soul, enjoy your youth
like muhammad hits the truth
can't escape from the common rule
if you hate something, don't you do it too...too...
small my table, a sits just two
got so crowded, i can't make room
oh, where did they come from? stormed my room!
and you dare say it belongs to you...to you...
this is not for you
this is not for you
this is not for you
oh, not for you...
Not for you, Pearl Jam

Há músicas que, por vezes, falam por nós. Aqui está uma que reflecte tudo o que me apetece dizer hoje.

segunda-feira, agosto 01, 2005

mais transparente

Confesso que nunca liguei muito a Fado. Talvez porque, até agora, nenhum cantor ou intérprete ter conseguido despertar em mim o "não sei o quê" que nos faz apreciar e sentir a nossa canção. Sim, mais do que gostar da melodia ou de uma ou outra voz é preciso sentir porque só assim a coisa faz sentido. Em relação ao Fado eu não sabia disto; aprendi ontem ao ouvir o último álbum da Mariza e hoje, algumas horas e audições depois, vejo as coisas de forma muito mais "transparente". Sei que já há muito que o devia ter feito. Por diversas razões e canções, fui deixando para trás um tesouro que insisti em esconder e que só agora descobri. Um tesouro que me fez despertar para um universo de sonoridades que agora quero absorver com aquelas pressas de quem quer recuperar o tempo perdido.

A voz da Mariza cheira a Portugal, cheira a ser português, transporta em si o melhor que temos, o melhor que somos. Uma voz que mistura o sentimento do Fado e um calor que vem de África, numa combinação que nos embala e nos aquece. Ouvir o Transparente é uma aventura a cada acorde, a cada tom, a cada chorar da guitarra. Logo na primeira música, um poema de Pessoa musicado, sente-se uma daquelas grandezas que nos reduz à insignificância de meros ouvintes. Chorei, fiquei arrepiado, confesso, e sei que isto para muitos pode parecer exagerado ou demasiado parvo, mas quero lá saber. Eu senti e aqui estou a dizê-lo. Se isso vos despertar vontade para ouvir o álbum, fico contente. Se não, paciência.
Depois, é um desfilar de canções que nos beijam e tocam. Pontos altos: Meu Fado Meu, Medo, Há palavras que nos beijam (poema de Alexandre O'Niell) e Desejos Vãos, canção quase épica que fecha o disco.

Longe de ser uma apologia à cantora, este post é o meu grito, quase uma forma de redenção, e, já agora, um conselho para todos aqueles que quiserem aceitar o desafio, pegar no álbum e ouvi-lo com ouvidos e espírito bem abertos. Foi o que fiz e em menos de 24 horas já o ouvi umas 10 vezes. E não cansa. Resultado: ganhei uma imensa vontade de querer ouvir mais. Afinal, é a nossa música, um grito do ser português, uma forma de exaltar o nosso Portugal e a nossa auto-estima que tanto em baixo anda...
E se me perguntarem o que é preciso para gostar de Fado eu respondo: não sei.

domingo, julho 31, 2005

há palavras que nos beijam...

Há palavras que nos beiijam
como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
de imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas,
quando a noite perde o rosto.
Palavras que se recusam
aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
entre palavras sem cor.
Esperadas, inesperadas,
como a Poesia e o Amor.

O nome de quem se ama
letra a letra revelado
num mármore distraído
num papel abandonado.

Palavras que nos transportam
aonde a noite é mais forte.

Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a Morte.


Alexandre O'neil

Há palavras que nos beijam, palavras que doem mais que pontapés, que estalos, que murros...

domingo, julho 24, 2005

noite de música imeeeeeeensa

Local: Ruínas da Igreja de Santa Maria, no Castelo de Palmela.
Data: Sábado, 23 de Julho às 22.00h
Motivo: Espectáculo ao vivo das Danças Ocultas
Frase da noite: "Eu sou imeeeeeeeeeeeeeenso!" :)

Há noites em que não se deve ficar em casa e ontem foi uma dessas ocasiões. As Danças Ocultas, um quarteto nacional de concertinas, deram um concerto ao ar livre no Castelo de Palmela que para mim foi um dos melhores momentos de música a que assisti nos últimos meses.

O cenário não podia ser melhor: as ruínas de uma Igreja em que o espaço era dividido entre público e músicos, numa proximidade que, mesmo num espaço ao ar livre, foi responsável pela intimidade que o concerto exigia. Quanto à música, palavras para quê? São músicos nacionais de grande qualidade com uma cumplicidade tal que se reflecte na forma como interpretam os temas. As cumplices trocas de olhares entre eles, a forma como brincam à séria com a música, a entrega e o prazer que sentem ao estar em palco, tem como resultado uma música imensa, povoada de sonoridades cuja origem questionei vezes sem conta. Será que aqueles sons vêm mesmo das concertinas? Claro que sim, mas vêm muito mais da maneira como aqueles músicos as tocam e nos tocam com o que fazem. E tocaram mesmo. Foi uma noite de música imensa. Uma imensa música que conseguiu embalar e envolver e fazer sentir coisas que há muito não sentia.

quarta-feira, julho 20, 2005

canibalismo pós-moderno

Aos nossos olhos, a ideia de haver alguém que vive com a carne humana como principal alimento parece a coisa mais terrível do mundo. Ser canibal é algo que não compreendemos e que, muitas vezes, rejeitamos sem sequer pensar que aquelas pessoas vivem numa outra cultura, numa outra sociedade, com uma outra forma de ver o mundo. Temos a mania que somos superiores a tudo isso, convictos que estamos de viver numa sociedade melhor que todas as outras. Mas será que é mesmo assim?

A meu ver, em pleno mundo ocidental, o canibalismo existe. Não que nos andemos a alimentar, no sentido literal da palavra, da carne do próximo, mas no nosso tão superior mundo esta prática está presente, assumindo contornos mais requintados e aceitáveis. Somos canibalizados todos os dias no emprego e na forma como nos tratam como uma massa produtiva que, quando já não serve, é atirada ao lixo tal como fazemos com os restos dos ossos e espinhas da nossa comida. Somos canibalizados quando andamos em transportes apertados tal como vacas e bois a caminho do matadouro. Somos canibalizados porque somos encarados como um grande rebanho que presta uma estranha Fé a um pastor que se esconde atrás dos grandes grupos económicos. Ainda acham que o canibalismo não existe no nosso perfeito e tão superior mundo?

Pois bem, passemos então ao campo das relações humanas. A facilidade com que se troca de pessoas e a simplicidade com que hoje se engata alguém com quem acabamos por ter sexo, sem sequer saber o seu verdadeiro nome, é o exemplo mais gritante do quão canibais nos tornámos. A internet é um dos grandes "talhos´" ao dispor de quem quer "adquirir" a carne e o suor humanos. Hoje é mais simples optar por uma vida rápida e plena de momentos fugazes nos quais se dá uma queca com amizades mais ou menos coloridas. É mais fácil e não chateia tanto. Temos ali a pessoa e de vez em quando lá vamos "petiscar" mais um pouco. E o que é que fica depois disso? Nada. Vamo-nos alimentando dos sentimentos de alguém (que até pode muito bem gostar de nós sem suspeitarmos) algo que, quanto a mim, é muito mais cruel do que aquilo que os verdadeiros canibais fazem. É que pelo menos eles matam a pessoa por razões de sobrevivência e tudo acaba ali. Nós fazêmo-lo com um outro requinte, de forma mais dolorosa que deixa marcas em alguém que vai ter que continuar a viver com isso.

Agora digam-me: quem são, afinal, os verdadeiros canibais? Quem são os piores? Eles (os verdadeiros que matam para sobreviver) ou nós adquirimos a carne e o suor humanos nos grandes e modernos "talhos" que estão ao nosso dispor à distância de um clique (e não só)? Digam-me, ainda acham que eles são piores e mais cruéis que nós?

PS: Para reforçar a ideia do meu texto leiam o post "pecado comum" no blog where you hide, , de Pedro Monteiro.

segunda-feira, julho 18, 2005

dúvidas existênciais

Num mundo pleno de incertezas porque é que as pessoas insistem em não seguir o caminho que as leva à felicidade, optando por seguir trilhos onde o orgulho impera e em que as vivências fugazes nada têm de definitivo?

segunda-feira, julho 11, 2005

causas

Certamente já repararam na lista branca no canto superior direito do blog. Foi retirada do site Make Poverty History, uma página criada na sequência da Cimeira do G8 como forma de alertar os "grandes" do mundo para o facto de que a pobreza existe e que é necessário resolvê-la.

Não acredito na solidariedade que hoje se pratica e muito menos na ideia de donativo. Aliás, de nada serve saciar a fome a um pobre porque não é isso que irá resolver o seu problema. A solução passa por criar condições para que aquela pessoa a quem muitas vezes damos uns trocos, passe a ter autonomia própria, amor próprio e consiga encontrar o caminho para a autosuficiência. E tudo começa com o devolver a todos os que precisam as coisas básicas necessárias para uma vida digna. Começa, por exemplo, por tratar os pobres de forma igual a um outro qualquer cidadão que recorre a um centro de emprego ou a uma repartição. São pequenos actos como este que podem fazer a diferença porque é necessário que os pobres deixem de ser encarados como os coitadinhos da sociedade, para possam ganhar a auto-estima e a força que os vai tirar daquela situação ou, pelo menos, atenuar os efeitos de uma vida que parece ter perdido o rumo.

A razão pela qual coloquei esta faixa branca no blog não é por solidariedade. É uma forma de alertar e de chamar à realidade todos aqueles que pensam que a pobreza se resolve com esmolas. Enganam-se. A solução tem que vir de cima, dos tais "grandes" que possuem condições para a criação de infraestruturas básicas nos países do chamado terceiro mundo. É necessário desenvolver esses países, mas nunca no sentido da exploração de recursos ou de mão-de-obra. A solução é criar estruturas para que aquelas pessoas ali possam trabalhar, receber o seu salário e, consequentemente, consumir para que a economia se possa desenvolver. Este é o caminho, este é o meu alerta, esta é a minha contribuição.

quarta-feira, julho 06, 2005

it's evolution, baby

O que é que nos faz parecer diferentes aos olhos de outra pessoa? Será o facto de estarmos realmente diferentes ou, pelo contrário, será que os olhos dessa pessoa hoje nos vêem de outra forma?

Desde sábado que penso nisto afincadamente. À medida que vamos desenvolvendo a nossa cognição, há a tendência (justificada e justificável) para ver e agir de forma diferente. Durante o nosso percurso, vamos absorvendo ensinamentos e experiência que nos fazem ganhar outras formas de encarar o mundo, de percepcionar as situações e de lidar com as pessoas. É quase como se, de repente, nos dessem umas novas lentes através das quais o mundo nos parece de outra forma, facto que, consequentemente, altera o nosso comportamento perante o mundo e os outros seres.

Esta é a única explicação que encontro para o facto de me dizerem que estou diferente. Mudei. Todos mudamos, caramba. "Todo o mundo é feito de mudança". Mas até que ponto essa mudança altera aquilo que somos? Bem, conhecendo como me conheço, a resposta é: em nada! Por mais que mudem, as pessoas continuam a ser as mesmas, mesmo que o neguem. Por isso mesmo, se dizem que estou diferente, eu não lhe chamaria mudança, mas antes evolução. Uma evolução coerente porque, acima de tudo, defendo até à última consequência a minha coerência e integridade mesmo que, aos olhos dos outros, isto possa ser difícil de entender/perceber.

Posso mudar, mas sei que sou o mesmo Nuno de sempre. E que gosto tenho em o ser! E sou apenas eu, nada mais. Tal como os olhos do poeta...

Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

terça-feira, julho 05, 2005

parvos virtuais

É engraçado como uma parte da matéria que estou a estudar para o próximo teste faz tanto sentido nesta altura. A coisa é mais ou menos assim: segundo os autores, quando conhecemos alguém, logo nas primeiras impressões, temos tendência para criar uma "entidade social virtual". Em palavras mais simples, a ideia é de que quando nos confrontamos pela primeira vez com uma pessoa criamos automaticamente uma nova entidade que, na maioria dos casos, não é a mesma da pessoa que ali está à nossa frente, mas antes um ser virtual criado à imagem do que mais desejamos.

Mais uma vez, a teoria vem provar o quão estúpido o ser humano é, principalmente quando queremos que os outros tenham as atitudes que gostaríamos de ver tomar forma.
Caramba, somos mesmo parvos!

sexta-feira, junho 17, 2005

toque

Sentimos tanto a falta do toque, que acabamos por colidir uns com os outros só para sentir algo…

Retirado do filme Crash (Colisão)

segunda-feira, junho 13, 2005

adeus Eugénio de Andrade

Uma homenagem a mais uma voz da nossa cultura que hoje se calou.
Para mim, este é um dos poemas mais belos da nossa poesia. Sempre me disse tanto, sem saber muito bem porquê, e por isso quero partilhá-lo com quem ainda não o conheçe.
Aqui fica: "Adeus", por Eugénio de Andrade.

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.

sábado, junho 11, 2005

friday night@sesimbra

Motivo: aniversário da Inês e uma imensa vontade que tinha em espairecer, quanto a mim extensível ao pessoal que ontem, sexta-feira, se juntou e rumou a Sesimbra para uma noite com comida, sangria, barrigas cheias, canecas muito apreciadas pela classe feminina, matrecos, muito mega-beto e uma fantástica "reggie party" ou festa da cabine de som ;)
Para mais tarde recordar, uma curta selecção das muitas imagens captadas na noite de ontem. A próxima saída já está marcada, mas deixo já o aviso: não levarei o carro e alguém vai ter que me trazer (ou levar) para casa...









Legenda (por ordem das imagens): Me, Ivone e Vera; A bela da sangria; o grupo resistente (a aniversariante está de verde); o barzinho da "reggie party"

quinta-feira, junho 09, 2005

home

É bom o conforto que sentimos ao chegar a casa. É bom entrar pela porta, poder gritar o nome de alguém e obter uma resposta que nos diz que está tudo bem. É isso que nos dá a estabilidade roubada pelos dias agitados, cheios e tão vazios... Na maior parte do tempo não nos apercebemos do bem precioso que é ter alguém à nossa espera, mas é nos piores momentos que o reconforto recebido nos faz pensar na importância daquelas pessoas que ali estão todos os dias. Obrigado a elas. São vocês as bussolas que me têm aguentado.

terça-feira, junho 07, 2005

música de viagem



Não sei se é o calor ou se a ansiedade por umas férias que parecem (e estão) distantes, mas dei por mim a ouvir mais uma vez o último dos Blasted e a imaginar todo o ambiente que envolve uma viagem de carro e o percurso por uma estrada que possivelmente me levaria a lado nenhum. Sinto que este é um daqueles álbuns perfeitos para levar no leitor de CD's que ainda não tenho no carro, mas cuja necessidade aumenta de dia para dia, dado o panorama radiofónico que me faz desligar o rádio mais vezes do que nunca (ainda hoje fiz o percurso todo do trabalho a casa sem o ligar; nem pareço eu...)

Não sou fã de catalogar música. Ouço-a e pronto, sabendo que há temas que num dado momento me tocam mais ou menos. O certo é que do nada, ao ouvir o Avatara, mais propriamente o tema "Sun Goes Down", começaram a passar diante dos meus olhos imagens de estradas intermináveis, umas juntas ao mar, outras no meio de montanhas e vales, que me deram uma vontade imensa de pegar na trouxa e fugir para outras paragens. Dei por mim a catalogar este disco como um perfeito companheiro sonoro de viagem, daquelas viagens que sabe bem fazer sem ninguém ao nosso lado (como muitas que já fiz...). Às vezes é quando nos sentimos mais acompanhados...
Lanço o repto: haverá por aí alguém com boas sugestões de música para ouvir enquanto se viaja?

sábado, junho 04, 2005

blog quiz

O repto foi lançado pelo burro e aceite de imediato. Aqui ficam as minhas respostas a este interrogatório, na esperança que o desafio seja aceite pelos outros bloggers.

1 - Tamanho total dos arquivos do meu computador?
Num disco de 40 GB a coisa divide-se mais ou menos assim: 7,26 GB são de música, 1 GB para as coisas da faculdade, 3,8 GB em fotos digitais e 1 GB em trabalhos diversos. O resto é ocupado com software pesado, restando um espaço livre de cerca de 9 GB.

2 - Último disco que comprei?
A greve à compra de CD’s iniciada há algum tempo impede-me de comprar mais música. O último foi o Apontamento, da Margarida Pinto.

3 - Canção que estou a escutar agora?
What is all about, dos Blasted Mechanism. Antecipando a próxima questão, este é um dos meus vícios actuais.

4 - Cinco canções que ouço frequentemente ou que têm algum significado para mim?
Caramba, esta é difícil. De um lado estão aquelas que ouço frequentemente, do outro as que me dizem algo, mas que nem sempre são aquelas que mais ouço. Aqui fica a lista possível, sendo que a maioria são as que ouço regularmente. O resto é conforme o estado de espírito.

Elliot Smith – Junk Bond Trader
Massive Attack - Unfinished Sympathy
4 Hero - Les Fleur
Mesa – Sequela
Tori Amos - Precious Things
Dave Mathews Band – Granny
The Dandy Warhols - Not If You Were The Last Junkie On Earth

5 - Lanço o repto a outros bloggers:
Ah, pois lanço!
where you hide, Musicology, Supposed Former Infatuation Junkie, Junta-te ao Clube

quarta-feira, junho 01, 2005

queria voltar, acordar...

Por nenhuma e por todas as razões, esta é a música que hoje toca em repeat no meu winamp. A Casa. Rodrigo Leão na versão ao vivo com Sónia Tavares (The Gift).

Sentir de novo aquela dor,
A pouco e pouco respirar aquele amor
Que foi vivido e esquecido em segredo
Como ninguém.

Perdoar,
Como perdoar?
Há tanto tempo que eu queria mudar,
Queria voltar.
Acordar,
Deixar o dia passar devagar,
Assim ficar.

Sentir de novo aquele amor,
A pouco e pouco consolar
Aquela dor que foi,
Vivida e sofrida em silencio.

Chegar de novo,
Sentir o amor
Voltar a casa sem pensar
Deixar a luz entrar
Esquecer aquela mágoa sem ter medo
Como ninguém.

Encontrar,
Poder encontrar,
Toda as coisas que eu não soube dar
Saber amar.

Perdoar saber perdoar,
Há tanto tempo que eu queria mudar...
Queria voltar…
Aceitar...
Deixar que o tempo te faça voltar...
Saber esperar…

segunda-feira, maio 30, 2005

fim-de-semana a rufar

Foi um fim-de-semana de trabalho. A Quinta da Fidalga, aqui no Seixal, recebeu uma nova iniciativa: Portugal a Rufar, um festival de percussão, música e dança. Durante dois dias o som dos tambores ecoou entre arbustos e árvores outrora senhoriais, num ambiente de "vibrações positivas", citando Messias, o vocalista do Mercado Negro, a banda que fechou (e muito bem) o primeiro dia de festa com um espectáculo onde não consegui deixar de vibrar, dançar, pular e curtir apesar do cansaço e do avançar da hora pedir cama. Acho que essas vibrações transformaram este festival ainda novo em algo diferente de outros eventos mais mediatizados e mercadorizados que faziam concorrência do outro lado do rio... Podem dizer que podia ter mais público, eu sei, mas será que aquela comunhão que senti resultaria da mesma forma?

No meio da música e do trabalho tive ainda tempo para umas (muitas!) fotografias, algumas das quais não se podem aqui disponibilizar... :p Após uma pequena censura, aqui ficam algumas que ilustram o que se viveu este fim-de-semana na Fidalga. Para o ano há mais!







Legenda (por ordem das imagens): WOK -Ritmo Avassalador; Grupo Entredanzas; Jardins da Fidalga à noite

quinta-feira, maio 26, 2005

25 de Maio - 23.58h. Festa do traçar das capas dos caloiros no Piaget. Centenas de pessoas e a estúpida sensação de como no meio da multidão nos podemos sentir tão sós...

terça-feira, maio 24, 2005

o grande star wars



Cresci a ver o Star Wars. Sou fã da saga de George Lucas. O primeiro filme, o quarto da saga agora completa, estreou tinha eu dois anos e apesar de não o ter visto com essa idade (não me lembro ao certo quantos anos tinha quando o vi pela primeira vez), sinto que é daquelas histórias que sempre me acompanhou e, por isso, não podia perder a última e tão esperada parte, aquela que é considerada a chave de toda a saga, o filme que explica tudo e que fecha a ouro uma das mais bem sucedidas sagas de sempre da cinematografia americana (e mundial!). É raro ver filmes em que as partes seguintes sejam tão boas ou melhores que as anteriores. George Lucas conseguiu essa proeza e o sucesso que a guerra das estrelas lhe trouxe é disso reflexo.

"A Vingança dos Sith" é um grande filme. Confesso que estava com medo de encontrar um filme demasiado "plástico". Os episódios I e II estavam bons, mas, quanto a mim, havia um exagero a nível de efeitos que nada tinham a ver com aqueles utilizados nos episódios IV, V e VI. Havia ali tecnologia a mais... Fiquei contente ao verificar que dos novos filmes este é o que mais se aproxima dos três primeiros (ou últimos) episódios. Claro que hoje há mais tecnologia do que há 30 anos e claro que George Lucas a usou, mas o engraçado é verificar que neste filme quase não se nota o recurso a ela o que me agradou e muito. Aliás, penso que o futuro do cinema tem que passar por aí: usar tecnologia sim, mas de forma a que não se note exageradamente o recurso às grandes ferramentas informáticas de efeitos visuais.

São duas horas e meia de filme que passam a correr (como todos os filmes que gosto a valer). No fim, a sensação com que saí da sala era um misto de alegria e tristeza. Por um lado, senti que agora tudo faz sentido naquela história e que os meus medos em relação ao exagero nos efeitos não se concretizaram. Por outro lado, triste por ver terminada a saga Star Wars. Algum dia tinha que terminar, eu sei, mas se tal não acontecesse certamente iria continuar a ver com o mesmo entusiasmo e força (sim, ela está comigo!) de sempre.

quarta-feira, maio 18, 2005

inspirações

Há momentos de grande inspiração. Este é um deles. Chama-se "This World" e é uma das grandes músicas dos Zero 7. Fica a letra e a sugestão para irem até ao download mais próximo. Boas inspirações!

Another child is born
Another race is won
Another dream is shattered
Another day has begun

This world is still afloat
No not in Noah's boat
We've only lost the vision
Of the stars we're meant to be

Another broken heart
Another lesson learnt
Another harvest eaten
Another night is gone
A new day's begun
Even your dreams they can be real

This world is still afloat
No not in Noah's boat
We've only lost the vision
Of the stars we're meant to be

This world is still afloat
No not in Noah's boat
We've only lost the vision
Of the stars we're meant to be

This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope
This world is full of love
We still have hope

Zero 7 - This World

domingo, maio 15, 2005

incómodos...

Há muitas coisas que não gosto. O futebol é uma delas. Sentindo-me tão alienado de tal realidade, ao ponto de não me aquecer nem arrefecer, que simplesmente não vejo, não vou, não quero saber, não me interessa. Hoje há derby. Tenho pensado muito no que fazer para não ter que me cruzar com a confusão. Chego à triste conclusão de que vá para onde vá, de uma forma ou de outra, vou ter que levar com adeptos de ambos os clubes... Bolas! Se eu não incomodo o futebol, porque é que ele me incomoda a mim?

terça-feira, maio 10, 2005

mamma mia: faltou um brilhozinho



Começo por dizer que nunca fui grande fã dos Abba, apesar de os reconhecer como uma das grandes bandas pop do século XX. Autores de algumas das músicas com as quais fui crescendo, de tal forma que, mesmo sem dar por isso, as acabo por reconhecer todas e até trautear a letra de uma ou outra, os Abba conseguiram, quanto a mim, a proeza de fazer um potencial single em cada canção que escreviam e interpretavam.

Depois de alguma renitência acabei por aceitar o desafio e ir ontem (domingo) ao Pavilhão Atlântico, numa de "bora lá dar o benefício da dúvida e ver o espectáculo", para assistir ao Mamma Mia, o musical baseado nas músicas deste grupo. Em poucas palavras, a história é passada numa ilha grega onde uma rapariga em vésperas do casamento decide convidar três ex-namorados da mãe na esperança de descobrir qual deles é o seu pai. Além da representação do texto, os actores interpretam ao vivo algumas das músicas dos Abba que surgem ao longo da peça sempre em estreita ligação com o texto. A juntar a isto, um fantástico e muito competente corpo de baile, coros com vozes magníficas, uma cenografia muito bonita, inteligente e eficaz e uma iluminação que nos consegue realmente transportar para o ambiente e luminosidade das ilhas gregas. Fabuloso!

No entanto, nem tudo é perfeito porque, quanto a mim, faltou brilho em algo que era a base de toda a encenação: a música. Havia orquestra a tocar ao vivo, sim, mas quando eu pensava que dali ia sair um som mais “brilhante”, mais grandioso, eis que me deparo com uma formação com guitarras, baterias, percussões e sintetizadores, muitos sintetizadores… E muita voz sintetizada… Outra coisa que falhou, quanto a mim algo grave, foi o facto de alguns dos actores/cantores não conseguirem cantar da melhor forma nas partes mais graves das músicas, fazendo com que na maioria das vezes não se percebesse o que diziam. Apesar de tudo isto, o espectáculo é muito bom e vale a pena o dinheiro que se gasta e as dores de costas que aquelas confortáveis e anatómicas cadeiras provocam. Será que é de propósito para pôr todo o pessoal a dançar? Em algumas partes do espectáculo confesso que fiquei com essa vontade. A imagem anexa a este post é de um desses momentos no qual penso que todo o corpo de baile e actores estão em palco a cantar e a dançar ao som de “Voulez Vous”. Foi sem dúvida um dos momentos brilhantes do espectáculo. Acho mesmo que foi melhor que o final, supostamente apoteótico, em que todo o pavilhão ficou de pé a dançar. Gostei muito, muito mesmo, mas estava à espera de mais brilho. Era só mais um brilhozinho...

quinta-feira, maio 05, 2005

Cátia, esta é para ti!



Há pessoas muito importantes na nossa vida e nem sempre temos oportunidade de lhes dizer quanto o são. Por ser uma grande amiga, por ser um doce de pessoa, porque sempre que a vejo tenho vontade de a abraçar, por ser das poucas que sabe tudo (mas mesmo tudo!) a meu respeito, pela paciência que tem em ouvir-me sempre que preciso, porque estar com ela é sempre divertido e por muitas outras razões que não vale a pena estar aqui a dizer, fica a homenagem e um obrigado virtual a ti, Cátia. És fantástica, miúda e tu sabes disso! :)

PS: Que pena seres já comprometida... :p

processos, procedimentos e a minha mãe

Nos últimos dias sinto que a minha vida está organizada em processos e procedimentos mil. No trabalho, estamos a organizar a publicação que produzimos mediante padrões de qualidade, sendo que uma das tarefas mais complicadas é a de descrever todos os processos e procedimentos para a elaboração daquele material. A coisa é mais ou menos assim: imaginem que tudo o que fazem no vosso trabalho, ou em outras situações, tem que estar descrito tal como um livro de instruções descreve a montagem de um móvel, por exemplo. Pois bem, foi basicamente com isso que ocupei esta tarde sem aulas e com um sol que convidava a tudo menos a estar em frente a um computador. Passei 5 horas seguidas a pensar como descrever, de forma perceptível, todos os passos de tudo o que faço no trabalho. Tarefa de loucos, eu sei, mas a qualidade assim o obriga... O pior é que com isto não estou a conseguir deixar o trabalho à porta de casa. Quando pensava que já tinha esquecido aquela tarefa eis que, ao arrumar um simples tacho no armário, dei por mim a pensar na forma como iria descrever a organização da cozinha. E acreditem que não é a primeira vez que isso sucede nos últimos dias.

Nem quero imaginar se alguém tivesse a ideia peregrina de querer organizar as nossas tarefas diárias... Espera lá, mas eu já tenho isso. Chama-se São, é a minha mãe e acabou de entrar no quarto a reclamar, pela milésima vez, com o facto da roupa estar espalhada pelo chão e com a música que está excessivamente alta... Afinal tenho mesmo um consultor na minha vida! E que bem que ela me organiza as coisas!!! :)

Amanhã há teste logo pela matina! História e Cultura da CPLP é o próximo processo da minha vida. Depois faço o relato.

quarta-feira, maio 04, 2005

pachorras

Numa tentativa de exorcizar pensamentos interiores, aqui ficam alguns desabafos.
Já não há pachorra para:

- o meu cansaço;
- pessoas que tomam decisões erradas, sabendo que o estão a fazer;
- pessoas que não nos dão o devido valor, pensando que temos uma postura de coitadinhos;
- a MTV com mais reality shows que música;
- os toranja;
- o tempo que a tmn demora a disponibilizar o saldo nos nossos telemóveis;
- o facto dos dias terem apenas 24 horas;
- o vento que me incomoda quando ando de bike;
- o trânsito;
- o facto da gasolina estar sempre a terminar quando tenho pressa;
- o preço da gasolina;
- o tempo perdido na bomba de gasolina;
- os problemas do meu carro;
- o dinheiro que se gasta sem saber onde e em quê;
- o preço das portagens da ponte;
- a espera nas portagens da ponte;
- os trabalhos sacados da net;
- a distância que nos separa das pessoas de quem gostamos;
- não me lembrar, de momento, de mais nada.

Agora mais calmo e com a raiva despejada neste breve desabafo, sinto que já posso continuar o que estava a fazer. Desculpem, mas tinha mesmo que o fazer. Além disso, quem me conhece sabe que não tenho mau feitio :)

quinta-feira, abril 28, 2005

aqui tão perto de ti

E se o amor
bate as asas e voa sobre nós.
Eu vou ser feliz
Hoje, amanhã e depois.
E se o amor
bate as asas e voa sobre nós

Eu vou ser feliz
aqui, tão perto de ti.


Donna Maria

incongruências

legibilidade s. f., neol., carácter ou qualidade do que é legível.

O português é mesmo assim. Como é que uma palavra que diz respeito ao que é legível é, afinal, tão complicada de ler? Tentem lá pronunciá-la correctamente à primeira! bah!

terça-feira, abril 26, 2005

rufus (ou miss Lisboa) @ coliseu



À sua terceira passagem pela capital foi de vez. Consegui, finalmente, estar na mesma sala que Rufus Wainwright onde o Sr. deu um concerto que, para quem o viu pela primeira vez ao vivo como eu, foi algo do outro mundo. Um som fantástico para uma voz e um conjunto de músicos que me fizeram dar por muito bem empregues os euros do bilhete, de tal forma que hoje, se a noite se repetisse, iria de novo ao Coliseu. É assim, sempre que conseguimos ter tão perto, em carne, osso e voz, alguém que nos habituamos a ouvir num formato bem mais plástico.

Depois de uma primeira parte calma (ou calma demais) feita por Joan As Police Woman, que mais tarde viria a compor o lote de músicos de Rufus, e de uma súbita troca de lugares, porque afinal estávamos mal sentados, eis que ao som de "Agnus Dei" se iniciou o tão esperado concerto onde Rufus nos presenteou, ora acompanhado, ora a solo, com 19 músicas, algumas das quais dedicadas à mãe, ao pai, à irmã e, muito bem, a Jeff Buckley e Elliot Smith. À medida que a noite ia avançando, a postura do músico foi-se tornando mais afável e descontraída. Se de início parecia estarmos perante um Rufus versão possidónio-presunçosa, este soube mostrar que tal não era verdade com divertidas conversas entre as músicas, umas menos (ou nada) católicas que outras, ficando o público a saber, por exemplo, que o comboio onde a mãe de Rufus seguia para um concerto havia atropelado uma vaca ou, nas palavras dele, "my mother's hit a cow!"

A "surpresa" da noite ainda estava para vir. Depois de um primeiro final de concerto, o público pediu e Rufus estava preparado (e de que maneira!) para mais. Regresso ao palco para cantar "Old Whore's Diet" e o início de uma secção do concerto digna das melhores fotos. Rufus ameaçou despir o fato de veludo e a camisa branca com mangas à Mozart, como ele fez questão de referir, e despiu-se mesmo, restando umas cuecas azuis com brilhantes, uma facha de miss onde se lia "Miss Lisboa", umas meias às riscas, uns sapatos de salto alto vermelhos, umas asas de anjo (ou diabo) e uma varinha de fada. Atrás dele, despiram-se todos os músicos que o acompanhavam numa encenação de fazer corar os mais pudicos, ainda que o Sr. Rufus se tivesse preocupado, minutos mais tarde, em verificar se alguém havia ficado chocado com tal cena. Ninguém parece ter ficado até porque goza a seu favor o facto dele ser homossexual assumido e todos (ou quase) os que estiveram ontem no Coliseu pouco parecerem importar-se com isso. Estou convencido que mesmo que se importassem rapidamente o esqueceriam. A voz de Rufus faz esquecer qualquer coisa.

Encenações à parte, a verdade é que Rufus Wainwright provou (para mim não era preciso provar nada) o grande músico e cantor que é. Com uma voz soberba do início ao fim (duas ou três pequenas falhas, apenas), o cantor proporcionou uma grande noite de música que tão cedo não me vai sair da cabeça. Hoje, peguei nos álbuns e ouvi-os todos. Senti-os de forma diferente porque no meu cérebro guardei as "poses" e o jeito de cantar dele. Depois de ontem ficou um medo parvo que senti algumas vezes ao longo do concerto. O medo que o destino faça a Rufus o mesmo que a Elliot Smith ou a Jeff Buckley... Esperemos que não. A música perderia, mais uma vez, tanto...

PS: A foto deste post foi retirada do site Cotonete.