sexta-feira, janeiro 28, 2005

5 minutos

Five minutes of love
Five minutes of hate
Five minutes I try to call your name
Of passion
Five minutes of everything
Of everything
Maybe you want to talk about old questions
Right next to my ear
But I don't care about those silly things
Cause all I need is five minutes of everything


The Gift (excerto da letra da música "Five Minutes of Everything")

A vida é feita de vários 5 minutos, uns bons e outros maus. Em 5 minutos pode nascer ou morrer um amor, nascem crianças e morrem pessoas, pratica-se o bem ou o mal, apanha-se ou não o autocarro, entra-se a horas no cinema ou perdem-se as primeiras cenas do filme, ouve-se uma música que nos acalma ou outra que nos irrita profundamente...
5 minutos... Parece pouco. Realmente é muito pouco, mas se pensarmos que a vida é uma soma desses pequenos períodos de tempo que passam a correr de tão curtos que são, o caso muda de figura e aqueles breves minutos ganham uma nova dimensão, uma importância que antes não tinham. 5 minutos podem significar momentos de felicidade ou de profunda tristeza. A vida é feita dessa dualidade de sentimentos e o segredo é gozar os melhores, aproveitá-los ao máximo e deles "sugar" as boas energias para enfrentar os menos bons.

Todos procuramos os tais "five minutes of everything" e eles existem mais do que pensamos. Gastamos 5 minutos a ligar para a pessoa que amamos e outros tantos a ler e-mails divertidos que nos põem bem dispostos. 5 minutos é o tempo que dura o prazer de beber um café, comer um chocolate ou devorar uma peça de fruta. Em 5 minutos lê-se um poema ou um texto que nos enriquece, sonhamos com algo que faz bem, encontramos amigos que já não viamos há anos, partilhamos segredos com quem nos é próximo e ouvimos as suas confidências percebendo o quão importantes somos para essa pessoa. E tudo em apenas 5 minutos. Os tais 5 minutos que passam a correr e que parecem tão fugazes...
A vida é feita de vários 5 minutos. Façamos um esforço para que sejam bons momentos. Afinal, o que precisamos é de 5 minutos de "tudo"...

PS: Obrigado ao blog where-you-hide pela inspiração. Thanks P!

terça-feira, janeiro 25, 2005

pesca virtual

Quando pensava que tudo (ou quase tudo) estava inventado a nível da comunicação via internet com aqueles que nos são próximos, eis que vejo surgir mais uma invenção. Chama-se hi5 e, segundo um amigo meu, trata-se de uma rede de amigos onde podemos ver os nossos amigos, e os amigos dos nossos amigos e os amigos, dos amigos dos nossos amigos atingindo a certa altura o auge da coisa: ver pessoas que, basicamente, nada nos interessam e que muito menos iremos conhecer. Já recebi inúmeros convites para me juntar à tal rede de pessoas, mas nem sequer prestei a devida atenção ao conteúdo de tais mensagens.

Não estou armado em velho do Restelo, e muito menos em anti-social, mas gerir as múltiplas conversas que por vezes tenho no messenger dá tanto trabalho que me faz, à partida, não querer mais nenhuma forma de interagir com os meus amigos (via internet) e muito menos andar virtualmente à pesca de pessoas ou a bisbilhotar quem é amigo de quem.

É a violação de privacidade no seu auge. E a culpa é nossa! Vamos deixando que perfeitos desconhecidos tomem contacto connosco, com os nossos gostos, com as nossas relações de amizade, etc. Não vale a pena começarem os queixumes de que vivemos numa sociedade que põe toda e qualquer relação pessoal à margem ou que os valores estão esquecidos ou blá blá blá... Enquanto nos deixarmos levar por estas, quanto a mim, inúteis ferramentas, passando preciosas horas à pesca sabe-se lá de quem, os outros vão dominando e controlando a "carneirada massificada" fazendo o que querem e bem lhes apetece sem necessitar sequer da nossa permissão. Ela já está dada. A culpa é minha, é vossa...

quero mais...

É bom quando no meio do caos em que a nossa vida se torna surgem momentos e sensações que há muito não vivenciamos. Na passada quinta-feira, ao apresentar o trabalho de expressão onde, por momentos, regressei ao tempo em que fiz teatro na secundária, senti algo que há muito não experimentava: a sensação de subir ao palco (apesar deste ser um pouco improvisado) depois de um árduo trabalho e de uma noite mal dormida com medo que tudo corresse mal. É engraçado e reconfortante constatar que hoje sinto o mesmo que sentia há 10 anos: a principio, mal se entra em cena, um tremor quase incontrolável seguindo-se uma crescente confiança porque, afinal, a coisa até está a correr bem. No final, a tristeza por tudo ter acabado e a velha sensação de que aquilo que antes parecia ser uma eternidade e um suplício - refiro-me a estar em cima do palco - passou num ápice e soube a pouco.

Depois das palmas, dos elogios e até das críticas, o vazio que nos invade a alma mistura-se com a sensação de dever cumprido, de mais uma etapa ultrapassada, de mais um desafio que, quanto a mim, foi ganho.


Foi bom ter embarcado nesta viagem no tempo. Fez-me relembrar pessoas, situações e experiências com as quais aprendi muito. Já aterrei. Os deveres e a vida assim o ordenam. Vou só ali arrumar a máquina do tempo e volto já!

quarta-feira, janeiro 19, 2005

manifesto DMB

É ao som dos próprios, não em carne e osso (com pena minha) mas em zeros e uns, que escrevo estas linhas. A música inspirou-me. Dave Matthews (com ou sem band) inspira, faz bem à alma, ao ouvido, à mente cansada de mais uma noite dividida entre estudo e trabalhos para a escola. A Margarida fez o favor de me mandar duas faixas do álbum ao vivo. Ouvi, delirei, voltei a ouvir e continuo a ouvi-las em loop. São só duas, eu sei, mas isto é material de primeira e conseguiu tirar-me, para já, a vontade de dormir. Não me importo. Quero ouvir mais!

A professora de comunicação pediu para levarmos um álbum da nossa preferência. Tinha o AM-FM dos The Gift na mala, já o tirei. No seu lugar pus o Everyday. Apenas a caixa porque o CD vai no discman. Sei que amanhã vou acordar com vontade de ouvir. Pode ser que me inspire para mais um dia na escola. Nos dias que correm é o que mais preciso. Inspiração, força...
Vou dormir. Não, vou ouvir mais uma vez! Vá, prometo que é só mais uma (ou duas, ou...)..
Quem não gosta de Dave Matthews não merece ouvir música! (brincadeirinha) Ele é grande! Quero lá saber do sono que vai atacar pela manhã.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

triste rumo (com sabor a pipocas)

Há pessoas muito boas no mundo e penso que me encaixo nesse grupo. Por outro lado, há pessoas com um grau de estupidez tal que qualquer escala existente à face da terra parece insuficiente para o medir. Neste último grupo incluo um gajo (e respectiva febra) que teve a triste ideia de se sentar na mesma fila de cinema onde eu já estava instalado. Além do habitual balde de pipocas (algo que me irrita tanto, mas tanto...) e de um litro de sumo (o homem não ia ver filme, mas antes jantar), fez questão de deixar um lugar vago entre mim e ele, ocupando-o com uma mochila que mais parecia de campismo (talvez para, caso tivesse frio, puxar do saco cama e tapar-se). Até aqui tudo bem não fosse o facto da sala estar lotada e todos os lugares serem preciosos.

Faltavam uns 20 minutos para o início do filme (ou dos anúncios) e entra na sala o arrumador com a função de sentar o melhor possível as pessoas, de modo a não deixar lugares vagos, evitando que quem viesse acompanhado ficasse afastado do seu par. Como é lógico, o rapaz dirigiu-se ao gajo da mochila e pediu para que se sentasse no lugar livre deixando mais cadeiras vagas na ponta da fila. O gajo, além de ficar incomodado, disse que o faria mas apenas quando fosse necessário. Comecei a ferver por dentro, mas calei-me. Daí a pouco, ele lá decidiu mudar-se prometendo ao arrumador que não mudaria de novo. "Daqui não me mexo mais!", foram as palavras que lhe saíram da boca. O pior veio depois quando se tornou necessária uma nova mudança na fila para sentar um casal de namorados. Para lixar o gajo, chamei o arrumador e disse que não me importava de mudar. O gajo olhou-me de lado e aposto que só não me enfiou o balde das pipocas cabeça abaixo porque ficaria sem repasto para acompanhar o suminho ou para dar à boquinha da namorada.

Confesso que tive pena da história não ter dado confusão. Aquele gajo tirou-me do sério e eu, que habitualmente sou calmo, estava mesmo com vontade de o envergonhar frente à restante plateia.
Aquilo irritou-me profundamente. Sei que este episódio comparado com outros é pequeno e insignificante, mas é incrivel como o egoismo já chegou ao mundo descontraído do lazer onde, supostamente, as pessoas estão com um espírito mais aberto, mais calmo, mais cordial, mais descansado e longe da competição com a qual convivem diariamente no trabalho, na escola, no mundo... Triste rumo leva a coisa...

terça-feira, janeiro 11, 2005

auto-controlem-se! ou talvez não…

A sociedade obriga-nos a um auto-controlo sob pena de, em caso de pisarmos o risco, os meios de controlo vigentes actuarem de forma pouco agradável (sim pessoal da turma, o delírio com o teste de comunicação já chegou aqui ao blog).

A coisa faz algum sentido, mas há alturas em que apetece mesmo quebrar as regras estabelecidas e cometer pequenas loucuras percebendo que, em algumas delas, a experiência não foi o que se esperava. Consigo dar um ou dois exemplos de alguns desses desvarios, alvo de imediata condenação pelos frios olhares da sociedade. Não vale a pena.

A questão é ambígua. Se por um lado, é bom que cada um de nós possua esse auto-controlo como forma de prevenir e evitar comportamentos perigosos e prejudiciais, por outro, esta espécie de salvaguarda social impede-nos de realizar algumas das nossas aspirações mais íntimas que certamente nos fariam sentir bem connosco próprios. Vemo-nos desta forma mergulhados num mundo muitas vezes triste, recalcando desejos, sonhos e transformando o lado do imaginário e do mito que todos possuímos numa vida banal, material e consumista. Acabamos por tomar decisões e adoptar comportamentos e atitudes só porque o auto-controlo assim o exige, colocando de lado aquilo que nos dá orgulho e a sensação de bem-estar. Mas será que em alguns dos casos é preciso ir tão longe assim?

Parafraseando um amigo:
I’m unbreakable when I say I never do that,
but I break when I did something that I’m not proud of.


PS: Já agora, uma dessas pequenas loucuras que queria cometer era atirar-me para dentro de uma piscina de bolas de plástico coloridas que há em alguns Macdonald’s. Vá, condenem-me lá!

sexta-feira, janeiro 07, 2005

para limpar ouvidos...

Para quem, como eu, está farto de ouvir sempre o mesmo, aqui vão umas pequenas sugestões que vos aconselho a escutar e descobrir com muita atenção. Vá, limpem os ouvidos do muito lixo que inunda os nossos media e iniciem o ano a ouvir, quanto a mim, boa música :)

Rufus Wainwright - "This Love Affair" (parte do novo álbum Want Two que ainda não saiu em Portugal. uma das grandes músicas do disco)
The Gift - "1977" (ainda os The Gift... preparem-se, em breve tenho novidades!)
Tori Amos - "Precious Things" (um tema já antigo que redescobri num bar do Porto)
Fatboy Slim - "El Bebe Masoquista" (é daqueles temas que gosto, nem sei bem porquê...)
Lhasa De Sela - "Anywhere On This Road" (ouvi um excerto da música num promocional da Radar, gostei e apressei-me a descobrir um pouco mais. descubram também!)