Sinto-me realizado! Este fim-de-semana consegui comprar o primeiro presente de Natal. Foi por mero acaso que o comprei, mas está comprado, portanto vale o mesmo do que se estivesse passado uma tarde inteira enfiado num dos labirintos comerciais - quais cogumelos do consumo que nesta altura parecem nascer do nada e de onde menos se espera - às curvas para me desviar das toneladas de prendas que as pessoas insistem em comprar (e com as quais insistem em agredir). A essas pessoas aqui vai o meu recado: "Amigos, eu já percebi a ideia. Eu sei que vou com um simples e reles saco do jumbo nas mãos enquanto vocês carregam prendas gigantes, armados em neo-Cristos, não de cruz às costas, mas de embrulhos. Eu já percebi, senhores, agora NÃO É PRECISO ATIRAREM COM ISSO PARA CIMA, OK? Obrigado! Ahh, e já agora, a minha conta bancária está de boa saúde, obrigado. Agora a vossa... ho ho ho!"
Dizem que há crise, que as pessoas não compram, mas o certo é que os centros comerciais estão a rebentar pelas costuras. Se o VISA piscasse cada vez que é efectuado um pagamento, não valia a pena os enfeites e as luzes. Aquela luz bastaria para iluminar (e bem!) todo o centro.
Mas o mais grave é mesmo a falta de originalidade das prendas. Na noite de Natal, aquela noite de paz, amizade e distúrbios alimentares, milhares de pessoas, em diversos pontos do país, vão desembrulhar... A MESMA PRENDA!!! Sim, toda a gente compra o mesmo. Basta ficar atento à caixa da FNAC. Filas intermináveis de pessoas com: o DVD dos D'ZRT (algumas com aquilo bem escondido para não causar mau aspecto); o DVD do Gato Fedorento (enquanto imitam para os amigos as piadas do DVD anterior, rindo à parva); o novo livro do Dan Brown (aquele autor que todos lêem e ninguém sabe muito bem porquê).
Olhando para tudo isto, e não querendo entrar em nenhum centro comercial nesta altura (não vão os VISA desatar a piscar e eu ficar ofuscado - seria uma maçada porque não tinha os óculos escuros à mão), anuncio a minha decisão: este ano, as minhas prendas vão ser de fabrico caseiro. É certo que algumas implicam uma ida ou outra à FNAC ou à Fernandes, mas é só por uns momentos (rápidos mesmo). Além de ficarem substancialmente mais baratas, têm a grande vantagem de serem totalmente personalizadas e únicas. Acho que o Natal tem mesmo que ser isso. Mais do que oferecer um produto igual a tantos outros, importa oferecer algo pessoal. As pessoas não são todas iguais, ao contrário do que nos querem fazer querer, e aquelas que me rodeiam vão levar prendas únicas, tal como únicas elas são.
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