O que sentimos no momento em que entramos numa sala de cinema influencia em muito, quanto a mim, a forma como dela saímos e o termos ou não gostado do que acabamos de ver. Hoje, voltei a provar isso mesmo. Confesso que quando entrei na sala para ver o Brokeback Mountain, dei por mim a pensar se esta seria a altura ideal para assistir ao filme. O facto de estar com amigos, e por isso não poder "fugir", fez-me ficar. Acabei de ver o filme há 40 minutos e ainda não sei se fiz bem ou mal.
Mais do que uma história de amor entre dois homens, Brokeback Mountain é a história de um grande amor. Mesmo para os mais reticentes, penso ser essa a sensação com que se sai do filme. É que este não é de forma nenhuma um filme gay (e ainda bem!), mas antes um filme que vem provar que o amor pode acontecer quando menos se espera e com quem achamos menos provável. Infelizmente, nem sempre conseguimos ter braços suficientemente grandes para o acolher, acabando por optar por saídas mais fáceis, mas nem por isso mais felizes. Culpa nossa? Problema do que nos rodeia? Um pouco dos dois, talvez, mas continuo a achar que quem ama, mesmo quando comete pequenos erros, nunca os faz deliberadamente. Se ama verdadeiramente, esse sentimento é sempre mais forte do que qualquer intenção.
Brokeback Mountain é um filme pouco recomendável a quem está a sofrer por amor. Além de nos fazer acreditar que é possível sentir algo forte por alguém e que esse alguém pode aparecer quando menos se espera, o filme consegue mostrar a forma como, à distância, um sentimento consegue manter-se forte e como cada contacto parece ter o valor de um balão de oxigénio que nos faz respirar e reforçar algo forte que sentimos. Mas é ao sair da sala e ao voltar ao mundo real que a coisa começa a fazer-se sentir. Já passou quase uma hora e ainda não sei se foi o melhor dia para o ver...
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