quinta-feira, dezembro 30, 2004

estranhas uniões

Há coisas na vida que juntas não fazem sentido nenhum e quanto a mim devia haver um mecanismo qualquer que evitasse essas estranhas uniões. Tudo isto porque há uma coisa que detesto: espirrar quando vou a conduzir. Sinto-me terrivelmente estúpido ao escrever isto (acho que já entrei na fase do delírio que as constipações e febres costumam dar) mas tinha de o fazer. Entendam-no como uma forma de exorcisar a irritação que tal situação me provoca, ok? Obrigado!

Continuando o delírio, hoje ia a fazer uma rotunda e espirrei duas vezes seguidas. Ora, quando se espirra os nossos olhos fecham-se (caso contrário provavelmente saíriam das órbitas o que não dava lá muito jeito além de poder sujar o carro). Como imaginam, fazer uma rotunda em hora de ponta já é complicado e de olhos fechados nem sei o que se passou porque quando os voltei a abrir o carro já ía todo de lado. O que vale é que os outros automobilistas aperceberam-se (alguns até se devem ter gozado com a situação) e deixaram-me resolver o assunto à vontade e retomar a marcha já em estado de irritação e com uma sensação ainda maior de decadência que os estados febris me dão. Enfim...

Não sei porquê mas acho que este é o post mais parvo que aqui coloquei, mas certamente este assunto toca mais pessoas do que se pensa. Conduzir e espirrar é, definitivamente, uma estranha união!

quarta-feira, dezembro 29, 2004

depressão de ano novo

Entre restos de bolos e doces que sobraram com um ar já pouco apelativo, toneladas de caixas de chocolates, uma árvore de natal que nem o chegou a ser e um natal que no mínimo foi surreal, eis que se aproxima mais um final de ano. Não sou muito crente nas previsões da “abelha” Maya, mas a curiosidade venceu-me e não resisti a ler o que, alegadamente, os astros ditam para o meu 2005. Se a depressão “ante-véspera-de-fim-de-ano” era grande, a coisa piorou. Pelo que li, será um ano de muito trabalho e de muito esforço a todos os níveis para lutar contra todas as forças malignas que se vão atravessar pelo meu caminho. Enfim, muda o calendário e nada muda; levei todo o ano que agora finda a fazer isso mesmo. Pelo menos tenho uma garantia: sobrevivi à coisa e espero que 2005 não seja diferente.

Já não consigo contar as vezes que me perguntaram onde é que eu ia celebrar a entrada no novo ano. A resposta é sempre a mesma: “sabes, não ligo muito ao ano novo”. E é verdade, não ligo mesmo! E não consigo entender as razões que levam as pessoas a festejar o final de um ano, que já terminou e ao qual conseguiram sobreviver sabendo como correu, e a entrada num novo e incerto ciclo onde, além de tudo ficar mais caro, as despesas e os problemas continuam a assombrar a nossa existência.

Se festejar a entrada no novo ano significasse o fim das coisas menos boas que temos na vida e o inicio de uma fase mais benéfica e menos problemática, seria o primeiro a lançar foguetes, a engolir as passas, a subir (ou a descer, sei lá) a cadeira, a bater com os tachos, enfim... Como isso não vai acontecer, para mim a noite de 31 de Dezembro para 1 de Janeiro significará o mesmo que todas as outras.

E já agora, para não fugir à regra, desejo a todos um ano novo em GRANDE! ;)

sexta-feira, dezembro 17, 2004

back to school

Se há 2/3 anos atrás me dissessem que hoje, 16 de Dezembro de 2004, estaria de novo a estudar o mais certo seria mandar essa pessoa dar uma volta. Sempre fui daqueles que dizia que estudar e trabalhar ao mesmo tempo era impossível e algo que nunca conseguiria fazer na vida. Hoje, admito que errei. Estou no 2º ano do Curso de Animação Sociocultural do Piaget e sinto que fiz a melhor escolha dos últimos anos de vida não me arrependendo de, após uma pausa de quase dez anos, ter voltado a andar com os livros às costas. Nem eu sabia as saudades que tinha de voltar a sentar-me diante de um professor apesar de sempre ter gostado de estudar (há mesmo quem me chame “rato de biblioteca”…). E quando pensava que já tinha perdido a prática, eis que eu próprio me surpreendo com a quantidade de coisas que hoje consigo fazer no mesmo espaço de tempo.

Entrar de novo na escola foi o bálsamo que precisava na minha vida que sentia estagnada. Apesar das muitas dificuldades, de já nem fazer contas ao dinheiro “gasto” (prefiro dizer investido - faz a coisa parecer mais leve), dos dias em que estudar parece ser a tarefa mais difícil do mundo (sim pessoal, também tenho essas crises) e dos muitos trabalhos e respectivas discussões, as compensações têm sido muitas a começar pelas pessoas fantásticas que conheci e que passaram a ocupar um lugar muito importante na minha vida (para já não falar do delicioso bolo de bolacha da Albertina cuja imagem anexo… nham!). São essas mesmas “figuras” (também em imagem anexa) que fazem dos dias em que vou para as aulas algumas das horas mais incríveis, por vezes alucinantes, da longa semana de trabalho.

16 de Dezembro de 2004. É bom ter voltado à escola. É bom conhecer quem hoje conheço. É bom aprender, brincar, rir, chorar, ter dores de cabeça, noites mal dormidas, andar numa correria frenética para entregar as coisas a tempo e horas, resolver as pequenas grandes contrariedades que se vão atravessando pelo nosso caminho… É com elas que aprendemos e nos tornamos mais fortes. Se a vida fosse fácil será que teria o mesmo gozo?







domingo, dezembro 12, 2004

fui ao CC e não vi o pai natal

Mais um natal que se aproxima e aumenta a minha tristeza por hoje já não acreditar no pai natal e perceber aquilo que a inocência infantil não deixa entender: tudo não passa de um negócio no qual as pessoas são "obrigadas" a comprar prendas, muitas vezes para não parecer mal, em vez de com o real sentido de agradar aqueles de quem mais gostamos (será que não haverá outras formas de agradar?).
Cada vez mais partilho o hábito de um amigo meu: dar prendas sim, mas quando lhe apetece e sem estar a pensar se a pessoa fez anos ou se é natal. Para ele, e também para mim, a maior prenda que me podem dar é estarem presentes ao longo do ano. Dispenso quem me liga apenas no natal com a ideia de que salvou a situação lembrando-se de mim uma vez em 365 dias.
Depois há o eterno problema do dinheiro, ou da falta dele. Há pouco dei um pulo ao Almada Fórum e demorei mais de 20 minutos arranjar sítio para estacionar (além das habituais corridas para seguir quem vem já com os sacos na mão; depois chegamos ao local e já lá está um gajo com o pisca aceso... bah!). Não se conseguia andar nos corredores tal o número de pessoas e respectivos embrulhos e sacos gigantes que me conseguiram albarroar mais do que uma vez. FUGI! Comprei a prenda da Cátia e pirei-me sem sequer esperar pelo showcase dos The Gift.
Adoro o espírito de natal que vemos nos filmes - aliás adoro ver filmes de natal no natal -, mas quando vou a um centro comercial não vejo nada daquilo. O que vejo é um consumismo desenfreado, pessoas a remexerem as lojas, nas roupas, enfim... venho doente de lá e sem vontade para comprar aquelas prendas que tenho mesmo que comprar (posso esconder-me mas não fugir...). Nem sequer consegui ver o pai natal no meio da confusão! :(
Quanto às prendas, tenho que comprar algumas (poucas) e nem sei quando o vou fazer... E não estou nada preocupado em recebê-las, sou sincero. Quem me quiser dar prendas surpreenda-me e não espere pelo natal para me surpreender. E nem precisa gastar muito...