terça-feira, março 29, 2005

separar o trigo do joio

Amigos são anjos que nos levantam quando as asas estão machucadas
Confesso que não gosto de frases feitas e, provavelmente numa outra altura, esta não teria o efeito que teve em mim quando a li no msn de uma colega (e amiga). Surgiu no momento certo. Há dias que andava para escrever algo sobre os amigos aqui no blog, mas a inspiração estava ocupada com outras coisas (ou seria mesmo a totalidade do cérebro que esteve ausente?). Sei lá...

Dizem que é nos piores momentos que se vê quem são os nossos verdadeiros amigos (mais uma frase feita... isto tá giro, tá). Nos últimos meses atravessei uma fase conturbada da minha vida e, por razões que não interessam, só alguns daqueles que me são mais próximos souberam o que se passava. Foi um mau momento no qual recorri, mais do que nunca, ao conforto, ao ouvido e às palavras dos meus amigos. As asas estavam amachucadas e eles ajudaram a levantar-me...
Até aqui tudo bem e normal. O engraçado é que, pouco tempo depois, cheguei à conclusão de que algo havia mudado. Tirando dois ou três casos, dei por mim sozinho e completamente posto de parte por pessoas que havia colocado num alto pedestal e que, para mim, eram intocáveis. Enganei-me redondamente e hoje estou simplesmente a cagar-me (perdoem-me a expressão, não voltará a acontecer) para esses pseudo-amigos que se lembram que existimos quando as agendas dos telemóveis assinalam o nosso aniversário...
Curiosamente, vi aproximarem-se de mim outras duas ou três pessoas que, por diversas razões, estavam mais longe. Perdi uns (melhor, perderam-me eles a mim que eu sou bom!) e fiquei a ganhar (e muito) com outros. Estas pessoas ajudaram-me muito e estou-lhes eternamente grato pela força, por existirem, por estarem lá, por terem voltado à minha vida de onde nunca deviam ter saído. Obrigado. Vocês sabem quem são. Este post é para vocês!

Passado o turbilhão, sinto-me renovado e com a minha coerência, algo que sempre defendi com unhas e dentes, intacta. Separei o trigo do joio. Fiquei com os bons, livrei-me dos maus.

PS: Obrigado também à Vera (colega e amiga) pela inspiração. Foi no msn dela que vi a frase com que iniciei este post.

2 comentários:

where you hide disse...

"Pêndulo
Não acredito em almas puras.
Acredito na boa vontade.
Toda a gente tem direito a errar.
Eu erro.
Eu sempre errei.
Dizem-me que os astros e os signos explicam os nossos comportamentos.
Acredito que a experiência transforma-nos no que somos.
Estamos sempre em transformação.
Mas sei que toda a gente gostaria de voltar a ser criança.
Eu adorava voltar atrás.
Sentir-me livre, irresponsável, irreverente, não ter horas para nada, chorar, rir, ter muitos amigos, ser espontâneo sem ter consequências graves ou ser perdoado por cada erro cometido usando a desculpa de ser criança.
Não tinhamos nada a perder.
Hoje em dia sou adulto.
Tudo o que faço tem consequências.
Mas as boas têm que ter um esforço extra.
As más têm consequências imediatas e directas.
Mas também é o que move a minha vida.
A minha espontaneidade é que me faz viver.
Vivo de sentimentos.
Vivo de actos.
Vivo de alegrias.
Vivo de tristezas.
Não gosto de viver em rotina.
Detesto quando não se passa nada.
Irrito-me quando não tenho vontade.
Fico louco quando sou inútil.
Espero nunca ter uma fatalidade na vida que me impeça de viver à minha maneira habitual.
Doa a quem doer sou assim.
Quero manter-me assim.
Há muito poucas coisas que mudaria.
E se mudasse tudo seria perfeito.
Questiono-me se a perfeição é uma meta na qual estou disposto a passar.
Não me parece.
Prefiro viver assim.
Tranquilo mas ao mesmo tempo espontâneo.
Ter uma faceta de criança.
Para sempre.
Funciono como um pêndulo.
Cresço quando ando para a frente mas tenho momentos que volto atrás e relembro.
Espero que a pilha deste pêndulo nunca acabe.
Desta forma acredito ser uma alma pura.
Não escondo.
Não minto.
Digo tudo o que penso.
Sinto-me diferente dos outros.
Mas nunca me arrependo."

by pedro monteiro retirado do blog where you hide

Pois é. Não acredito em almas puras.
E tu tens muito boa vontade. fico contente de ser um amigo que noutras alturas andou perdido mas que vai fazendo o seu percurso na vida. Numa das fases que ia a passar por um beco escuro encontrei-te lá. Melhor, reencontrei-te. Não sabia que dizer ou fazer da minha vida. Tu aconselhaste-me. Expuseste-me novos caminhos e eu arrisquei seguir um ou outro. E resultou. Resultou mesmo. Por isso não quero que me agradeças quero ser eu a agradecer-te. Todas as feridas acabam por sarar amigo. Espero sempre poder ajudar. Do teu amigo, o anjo notívago.

Nuno disse...

Thanks P. Sem comentários. Obrigado por tudo!