terça-feira, novembro 30, 2004

de volta à luta!

Já comprei o álbum dos The Gift. E valeu a pena! Este é um exemplo daquilo que pode ser feito para que o público volte a comprar música como antes. Um CD-Duplo+DVD embalado num bonito trabalho gráfico por apenas 17,95€ (preço fnac). Acho realmente uma boa compra e a prova de que, afinal e ao contrário do que dizem as editoras, é possível praticar preços acessíveis. Para quem não sabe, um CD custa menos de 1€, chegando ao público, em média, por mais 15 a 18€... Acho demasiado sabendo de antemão que não é com a venda de discos que os músicos ganham o seu "ordenado". É nos concertos que eles realmente conseguem arrecadar dinheiro.
Não vale a pena tapar o sol com a peneira. Todos sacam música da net e quem não o faz tem uma ou outra cópia de CD's em casa. Todos sabem também que muitas das pessoas que vão aos concertos acabam por conhecer a música (ou as músicas) muito à custa dos downloads e das piratarias. São poucos os que compram CD's hoje em dia. Por alguma razão as editoras se queixam, não é?
E os músicos? Alguém já perguntou a sua real opinião? Será que eles não gostam de sentir que o público sabe as suas músicas de cor e salteado? Haverá melhor recompensa para quem faz música do que ver os seus temas nas bocas de todos? Será que isso não valerá muito mais do que o que recebem com as vendas dos discos?
Por isso, volto à luta! CD's só quando baixarem os preços. E a música não me tem faltado... ;)

segunda-feira, novembro 29, 2004

the Gift: é já amanhã!

Chega amanhã às lojas o álbum que me vai fazer quebrar o protesto de não comprar cd's enquanto forem praticados preços tão altos. Falo de AM-FM, o novo trabalho dos The Gift.
Por serem quem são, por serem portugueses, por serem bons e porque há muito que esperava ouvir coisas novas deles, vou baixar os cartazes do meu protesto e correr às lojas assim que puder.
Depois, volto à luta!


sexta-feira, novembro 19, 2004

played again, and again...

As ondas hertezianas que por cá se ouvem (sim, cá estou eu outra vez com a rádio) sofrem de um mal terrível: as repetitivas, pouco criativas e rígidas playlist's. É algo que me irrita tanto, mas tanto que, também eu, não consigo deixar de ser repetitivo com esta conversa (quem me conhece sabe que assim o é). Hoje, não sou capaz de ouvir a mesma rádio mais que 2 horas sabendo que mais tarde ou mais cedo vou escutar os mesmos temas que passaram 120 minutos antes.

Mas o pior em tudo isto não é propriamente a repetição de músicas. Eu próprio, muitas vezes, fico viciado dias a fio num novo tema que acabei de descobrir (sozinho ou com ajuda de algumas pessoas que me rodeiam com excelente gosto musical) e não paro de o ouvir até à exaustão. O verdadeiro problema das tais playlist's é o facto de que, por serem tão limitadas, deixarem de fora grandes músicas, na maioria dos casos até melhores, que deviam chegar aos ouvidos de mais pessoas.

Podem achar estranho, mas por vezes fico triste ao ouvir uma daquelas músicas e saber que poucos são os que têm oportunidade (ou disponibilidade) para a ouvir porque não a conhecem ou porque nem nunca ouviram falar do grupo ou cantor que a interpreta. Claro que a culpa aqui não é só da rádio. As pessoas tornaram-se preguiçosas e hoje o que está a dar é consumir o que já vem mastigado. "Se a vida já é tão complicada, para quê complicar mais?" - dizem elas sem saber o que estão a perder. Fico frustrado quando lhes falo de nomes que para mim são tão familiares e ficam a olhar como se tivesse a falar de aliens cantores. Caramba, às vezes gostava que me ouvissem mais e dessem oportunidades a eles mesmos para perder tempo (claro que é ganhar!) a vasculhar os kazaa's e afins procurando os temas que lhes recomendo.

Volto à carga (sim, eu não desisto) deixando sugestões de algumas das músicas que mais pessoas deviam ouvir, na esperança de que quem aqui vier as procure e fique viciado nelas. Sirvam-se, por favor!

4 Hero - The Fleurs (ou Les Fleurs)
Mesa - Sequela
Rufus Wainwright - Pretty Things
Rufus Wainwright - Grey Gardens
Pluto - Lição de Adição

quinta-feira, novembro 04, 2004

dia mundial da sardinha assada e da broa de milho

Nunca percebi esta coisa dos dias mundiais. Pronto, aceito a existência de alguns e a sua importância é tão válida que quase mereciam uma semana de comemorações. Mas há outros que nem sequer deviam ser comemorados e sempre que falo disto lembro-me da reacção da minha mãe quando se refere ao Dia Internacional da Mulher dizendo sentir-se comparada a um animal. E concordo com ela!

Esta curta reflexão vem a propósito da minha recente descoberta acerca de um alegado Dia Mundial Contra o Racismo no Desporto. Após umas pesquisas na Internet, para tentar perceber qual a razão da existência desta comemoração, fiquei a saber o mesmo: nada! A existência deste dia faz-me alguma confusão. As Nações Unidas declararam o dia 21 de Março como Dia Internacional Contra a Discriminação Racial e quanto a mim a data é suficiente uma vez que não é num único dia que se vai fazer algo em prol daqueles que são vítimas deste tipo de exclusão. Daí que não entenda qual a razão da existência deste dia. É que tanto no desporto como em qualquer outra actividade o racismo pode estar presente. Logo, quanto a mim, não faz sentido criar esta separação. A continuar assim, qualquer dia alguém tem a brilhante ideia de aplicar este tema a outras realidades. Parece que estou a imaginar… Dia Mundial de Luta contra o Racismo nos Cafés que Vendem Imperial a 1 euro. Era janota, não era?

E já que estamos em Portugal, porque não criar datas que exaltem a nossa cultura e aquilo que é nacional. A nossa auto-estima iria agradecer. Vá, aqui vão umas preciosas contribuições: Dia Mundial da Sardinha Assada e da Broa de Milho, Dia Mundial do Bacalhau à Gomes de Sá ou o Dia Mundial do Palito. Vá, digam lá se tenho ou não boas ideias?