Ao contrário daquilo que muitos esperavam, incluindo eu próprio, Salazar foi eleito o Grande Português. A pequenez do nosso povo e da nossa mentalidade não tardou em manifestar-se com comentários gratuitos, cujo principal propósito era o de atacar o distinguido e desvalorizar o programa de televisão, que passou de "bestial a besta".
A verdade é que poucos conseguiram (ou quiseram!) ler nas entrelinhas o significado que tal distinção tem (ou pode ter). Bem sei que uma amostra de 200 mil pessoas é pouco significativa e que os dados podem ter sido manipulados, mas se acreditarmos que tudo foi feito de forma transparente, importa tirar daqui algumas conclusões. A principal é a de que os portugueses não votaram tanto no homem ou na ideologia de Salazar. Antes, utilizaram o voto nesta personalidade para mostrar o seu descontentamento num projecto democrático que falhou. Independentemente do valor do 25 de Abril, o certo é que Portugal está aquém das expectativas criadas pela revolução dos cravos, seguindo um caminho que não cumpre os ideais de liberdade.
Mais do que distinguir uma figura, este resultado,ainda que restrito e passível de manipulações, mostra que afinal os portugueses não estão adormecidos. Foi encontrada uma forma súbtil de enviar um recado aos nossos governantes, quanto mais não seja pela distinção de um homem que, com todos os seus defeitos, pouco ou nada se serviu do poder em benefício próprio.
PS: Não pretendo fazer a apologia de Salazar. Apenas mostrar a minha leitura, uma de muitas, acerca do que ontem se passou.
2 comentários:
Sim, concordo... Mas não gostei.
eu tb n gostei, camoes devia ter ganho
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