Gripe, constipação, mal-estar, mau-humor e sensações decadentes à parte, eis que regresso ao activo depois desta longa ausência. Que me perdoem os mais assíduos visitantes deste cantinho, mas há alturas em que se torna difícil arranjar tempo, assunto ou mesmo paciência para escrever breves linhas que sejam.
É verdade, a gripe acabou por me atingir deixando-me num estado que há muito não experimentava. Hoje, depois de tudo ter passado, pergunto que raio de doença é esta que nos deita abaixo de tal forma que deixamos de ter paciência para fazer mesmo aquelas coisas que mais gostamos. Tudo se torna tão insuportavelmente irritante que por momentos o pânico invade a nossa mente fazendo temer que as coisas não voltem a ser como antes, que não voltemos a gostar do que gostávamos. É que nem a música sabe ao mesmo e aqueles temas que no momento nos viciam, tornam-se chatos e quase inaudíveis.
Porquê? Alguém me consegue explicar que raio de vírus é este que, além de nos impedir de sair de casa, torna qualquer permanência entre quatro paredes a coisa mais infernal do mundo. E o pior são as soluções que arranjamos para passar o tempo. A primeira acaba sempre por ser a televisão. Ligamos o aparelho, percorremos vezes sem conta os cerca de 50 canais disponíveis e acabamos por parar num dos nacionais. Fiquei a conhecer de trás para a frente o SIC 10 Horas mais o pato amestrado, a Praça da Alegria e a palhaça giroflé (será esse o nome?), o Você na TV e os conselhos para uma boa depilação... O auge foi no Às 2 por 3 quando dei por mim a torcer por uma velhota que estava a jogar a Árvore das Patacas... Enfim! Fiquei com um curso intensivo de programas para donas de casa. É estúpido, mas a gripe parece que nos hipnotiza e obriga a assistir a este tipo de entretenimento. Será que a audiência habitual está num estado de gripe permanente? Começo a pensar que sim...
Volto-me então para a Internet. Mais uma tentativa falhada porque cinco minutos mais tarde já não consigo estar sentado. Ler, ouvir música ou mesmo estudar parecem ser tarefas excessivamente intelectuais para um cérebro que insiste em nada pensar, em nada fazer, em simplesmente não agir! Volto para a televisão. Mais uma rodada pelos 50 canais do cabo para terminar sempre nos mesmos...
Porquê, pergunto eu. Porque nos deixa a gripe neste estado? Felizmente já passou. Voltei ao meu estado normal depois de uma ausência forçada. É bom estar de volta. É bom ser eu!
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